Neurologista explica à CNN novo procedimento de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por um novo procedimento médico nesta quinta-feira (12), após a cirurgia para drenagem de um hematoma subdural crônico.
Em entrevista à CNN, o neurologista Tarso Adoni, do Hospital Sírio-Libanês, esclareceu detalhes do procedimento.
De acordo com o especialista, o procedimento realizado é chamado de embolização da artéria meninja média, que tem se tornado cada vez mais comum nos últimos anos.
“Esse tipo de procedimento reduz de maneira significativa o risco de um novo sangramento do hematoma”, explicou Adoni.
Entendendo o hematoma subdural
O neurologista detalhou que o hematoma subdural está localizado entre a membrana que reveste o cérebro (dura-máter) e o próprio cérebro. Ele se forma quando pequenos vasos se rompem após um trauma leve.
A embolização visa fechar o vaso principal que fornece sangue para esses pequenos vasos, reduzindo assim a chance de o hematoma se refazer.
O procedimento é realizado de forma minimamente invasiva, semelhante a um cateterismo. Um pequeno corte é feito na virilha do paciente, por onde é introduzido um cateter que chega até o cérebro.
O médico então identifica a artéria meninja média e injeta uma substância que obstrui propositalmente este vaso.
Recuperação e retorno às atividades
Quanto ao tempo de recuperação após o procedimento, Adoni afirmou que, em geral, o paciente tem plenas condições de voltar ao trabalho e à rotina normal em uma a duas semanas.
No caso do presidente Lula, como o procedimento foi feito de maneira preventiva, é possível que ele retome as atividades ainda antes.
O especialista ressaltou que este tipo de procedimento não afeta as funções cerebrais ou as capacidades cognitivas do paciente.
“É diferente de uma hemorragia intracerebral. O hematoma subdural, uma vez drenado, não traz nenhum tipo de comprometimento das funções cerebrais”, esclareceu Adoni.
Por fim, o neurologista enfatizou a importância de ficar atento a traumas, mesmo que aparentemente leves, especialmente em idosos, pois podem resultar em hematomas subdurais crônicos que requerem atenção médica.