Saiba sintoma comum no Natal ao qual você deve ficar atento
No Natal, com mesas fartas e pratos típicos repletos de gordura e açúcar, é comum exagerarmos nas porções. Esse excesso pode desencadear um incômodo bastante conhecido: a azia.
A azia se trata daquela sensação de queimação no peito que pode se estender até o pescoço, muitas vezes acompanhada por um gosto ácido ou amargo na boca. Segundo especialistas, o desconforto pode se tornar mais frequente durante as festas devido aos hábitos alimentares característicos da época.
A nutricionista Sabrina Janela Izidoro, da Clínica CliNutri, em São Paulo, destaca que não é possível afirmar que o Natal seja a época do ano com maior prevalência de azia. Contudo, ela aponta que o período e seus hábitos particulares colaboram para esse tipo de mal estar.
“Passar o dia todo sem comer e, na ceia, exagerar nas porções, além de comer de forma apressada e sem mastigar adequadamente, compromete a digestão e aumenta o risco de azia e refluxo”, destaca.
Além disso, o consumo de preparações muito gordurosas, sobremesas ricas em açúcar e bebidas alcoólicas ou gaseificadas agrava os sintomas. “Farofa e rabanada, por exemplo, são preparadas com muito óleo ou manteiga. Já sobremesas muito açucaradas podem potencializar os sintomas do refluxo”, diz Sabrina.
O gastroenterologista Juliano Antunes, da Rede Mater Dei de Saúde, complementa que a oferta abundante de alimentos gordurosos e ricos em sódio no Natal intensifica os sintomas de azia.
“O consumo exagerado de carnes gordurosas, carboidratos simples e alimentos salgados contribui bastante para esse tipo de desconforto. O sódio, em especial, é um grande vilão para o trato digestivo”, comenta.
A nutricionista Rejane Souza, do grupo Mantevida, concorda que o tamanho e a composição das refeições durante as festas são fatores importantes. “As refeições são frequentemente maiores e mais pesadas, o que sobrecarrega o sistema digestivo e aumenta a produção de ácido no estômago. Além disso, o consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes pode irritar o revestimento do estômago e relaxar o esfíncter esofágico, facilitando o refluxo ácido”, esclarece.
A azia pode evoluir para problemas mais graves?
A azia ocasional geralmente não representa um risco grave à saúde, mas, se persistir sem tratamento, pode evoluir para complicações mais sérias.
A nutricionista Rejane explica que, quando recorrente e não tratada adequadamente, a azia pode levar a condições como esofagite, esôfago de Barrett (condição em que o revestimento do esôfago se altera, se tornando semelhante ao revestimento do intestino, geralmente devido à exposição prolongada ao refluxo ácido), e, em casos raros, até câncer de esôfago.
O gastroenterologista Juliano Antunes, por sua vez, aponta que a chance de a azia ocasional evoluir para câncer de esôfago é rara, especialmente em pacientes sem fatores de risco, como obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e histórico familiar. No entanto, se a azia for acompanhada de outros sintomas e negligenciada por um longo período, o risco de complicações aumenta.
Antunes alerta que, quando a azia se torna crônica, é essencial ficar atento a sinais de alerta. “Os sinais incluem não só a queimação, mas também dor intensa. Sintomas que não melhoram nem com mudanças de estilo de vida nem com a utilização de antiácidos, como vômitos (especialmente com sangue), emagrecimento involuntário e dor intensa, são sinais que indicam a necessidade de procurar ajuda médica imediatamente”, explica.
No Natal, apesar da tentação dos alimentos gordurosos e ricos em sódio, o equilíbrio é fundamental. “A dica é comer esses alimentos em pequenas quantidades e procurar se exercitar para evitar ganho de peso”, finaliza.
Confira 5 dicas para reduzir a azia durante o Natal
- Porções menores e frequentes: comer porções menores ao longo do dia facilita a digestão e reduz a pressão no estômago;
- Mastigar bem os alimentos: comer devagar ajuda a melhorar a digestão e reduzir o risco de refluxo;
- Hidratação adequada: aumentar o consumo de água no dia seguinte ajuda a reequilibrar o ambiente estomacal;
- Evite comer antes de dormir: espere de 2 a 3 horas após a refeição antes de se deitar;
- Chás de hortelã: ajudam na digestão, mas gestantes e lactantes devem consultar um médico antes de consumir.
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