Investigação sobre ataque a tiros em escola avança, polícia busca motivo
A polícia identificou o atirador no ataque de segunda-feira (16) a uma escola cristã particular em Madison, Wisconsin, como uma estudante de 15 anos, enquanto investiga o mais recente episódio que devastou uma comunidade americana, ceifando a vida de um funcionário e de outro aluno.
Segundo o chefe de polícia de Madison, Shon Barnes, a suspeita foi encontrada morta quando os policiais chegaram na Abundant Life Christian School.
As evidências sugerem que a morte foi em decorrência de um ferimento de bala autoinfligido, afirmou Barnes em uma entrevista coletiva na segunda-feira à noite.
Outros seis ficaram feridos no ataque, disse a polícia, incluindo dois estudantes hospitalizados em estado crítico.
Enquanto as vítimas se recuperam, as autoridades estão examinando os antecedentes da suposta autora, investigando escritos conectados a ela e rastreando o histórico da arma utilizada.
Motivo é a “prioridade máxima” das autoridades
A “prioridade máxima” dos investigadores é determinar o motivo da atiradora, exclamou Barnes em uma entrevista coletiva na terça-feira (17) à tarde. “Mas, neste momento, parece que o motivo foi uma combinação de fatores”, continuou, embora tenha se recusado a fornecer mais detalhes.
A polícia está falando com os alunos para determinar se o bullying foi um deles, explicou a autoridade.
“Alguns perguntaram se as pessoas foram alvos específicos. Todos foram alvos neste caso e foram colocados em perigo igual”, acrescentou o chefe.
Segundo ele, as autoridades estão cientes de um “documento” que foi “amplamente compartilhado nas mídias sociais”.
“Neste momento, não podemos verificar a autenticidade”, falou. “Temos detetives trabalhando para determinar de onde este documento se originou e quem realmente o compartilhou online.”
A polícia também está examinando a atividade da suspeita online, Barnes contou aos repórteres. Os oficiais não estão divulgando “detalhes sobre essas contas de mídia social”, mas ele encorajou qualquer um que conhecesse a autora ou tivesse conhecimento de seus sentimentos antes do ataque, a entrar em contato com os investigadores.
A arma
Conforme relato da polícia, a atiradora usou uma arma de fogo para executar o crime – uma arma cuja história agora está sendo rastreada pelo Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF na sigla em inglês).
“Pedimos aos nossos parceiros com a ATF para agilizar o que é chamado de formulário de rastreamento, para tentar determinar a origem daquela arma, quem a comprou e como ela foi de um fabricante até as mãos de uma garota de 15 anos”, declarou Barnes à CNN “News Central” na terça-feira. “Essas são perguntas que levarão algum tempo para serem respondidas.”
Embora ainda não esteja claro quem é o dono da arma ou de onde ela se originou, o pai da suspeita postou uma foto no Facebook em agosto de sua filha em um campo de tiro.
Ela pode ser vista vestindo uma camisa preta com o nome de uma banda. As letras do grupo foram citadas pelos alunos que realizaram o massacre de 1999 na Columbine High School, no Colorado, onde 13 pessoas foram mortas, informou a CNN.
Em um comentário, o pai responde alguém que perguntou se a pessoa na foto é sua filha, escrevendo, “claro que sim!!!! Nós nos juntamos ao clube nesta primavera, e estamos amando cada segundo disso!”
A CNN entrou em contato com o grupo para comentar.
Pais cooperam com investigadores
A família da suspeita está cooperando com a polícia, contou o chefe de polícia na segunda-feira (16), reconhecendo que uma forte presença policial em uma casa no lado norte de Madison estava relacionada ao tiroteio.
Acredita-se que autora teve “uma vida familiar turbulenta”, segundo registros do tribunal, “que mostram que seus pais se divorciaram e se casaram novamente várias vezes e que ela foi matriculada em terapia”, relata o Washington Post.
“Uma revisão do Washington Post dos registros judiciais aponta para uma infância instável, cujos acordos de custódia dos pais às vezes a forçavam a se mudar de casa a cada dois ou três dias”, escreveu o jornal.
Os pais não responderam aos repetidos pedidos de comentários do Washington Post ou da CNN.
Não está claro se os responsáveis possuíam a arma usada no ataque, Barnes relatou à CNN. A polícia, com o gabinete do promotor público, “vai querer verificar se os pais podem ter sido negligentes”, contou.
“Mas, neste momento, isso não parece ser o caso.”
Tanto a lei federal quanto a de Wisconsin geralmente tornam ilegal que alguém com menos de 18 anos possua uma arma de fogo. A lei estadual também torna ilegal que qualquer pessoa venda, empreste ou dê intencionalmente uma arma a alguém abaixo desta idade.
No entanto, há exceções que permitem que um menor possua uma arma de fogo para prática de tiro sob supervisão de um adulto, para uso nas forças armadas ou para caça.
Wisconsin também tem uma lei de acesso a armas de fogo para crianças que torna ilegal armazenar imprudentemente uma arma de fogo carregada ao alcance ou fácil acesso de uma criança com menos de 14 anos.
Nos últimos anos, os promotores tomaram medidas para responsabilizar os pais que forneceram aos filhos as armas de fogo que eles usariam em ataques em escolas, testando os limites de quem poderia ser considerado responsável.
Dois desses casos seguiram crimes em escolas, um deles em uma escola de ensino médio de Oxford, Michigan, em 2021, e outro em uma instituição de ensino médio de Winder, Geórgia, em setembro.