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O Chatêau Petrus pode custar 200 000, mas sai por…

Grandes ícones do mundo dos vinhos não são para os bolsos de qualquer um. Como alternativa a quem não quer ou não pode fazer tamanho investimento, que tal gastar bem menos para ter o gostinho de colocar na boca uma preciosidade, ainda que na forma de uma pequena dose? A ideia parece um tanto quanto maluca, mas foi colocada em prática no ABC paulista e faz um tremendo sucesso.

No Mont Cristo Wine Bar, em Santo André, há quem pague 1400 reais por uma dose de 30ml do famoso Chatêau Petrus. Parece uma exorbitância, mas pode ser entendido como uma pechincha de luxo: uma garrada do Château Petrus, que é produzido com a uva Merlot, proveniente de um pequeno vinhedo no Pomerol, na margem direita de Bordeaux, na França, pode chegar a 200 000 reais. “Há quem ajoelhe ao lado da máquina com a taça na mão”, contou-me Rouflan Oliveira, sommelier da casa. Vale lembrar: 1 400 reais por apenas 30ml do precioso líquido na taça. Dá para encher a boca com um gole — e acabou.

O negócio virou uma tradição do wine bar de Santo André. Uma vez por ano, sempre no mês de aniversário da casa, o proprietário César Marchetti, que é também um empresário do ramo farmacêutico, coloca nas máquinas que porcionam os vinhos em taças algumas preciosidades de sua adega pessoal. Entre os ícones que se pode escolher em medidas de 30 ml, 60 ml e 120 ml já estiveram disponíveis L’Angelus (1970), Petrus (1973), Cheval Blanc (1975), Lafite Rothschild (1975), Grands Echezeaux (1976), Chateau Mouton Rothschild (1976), Sassicaia (2016) e o Vega Sicilia Único Reserva Especial. Confira aqui o vídeo com as máquinas do estabelecimento:

Na minha visita ao Mont Cristo, em que provei um vinho Búlgaro, da uva Muvrud, ótimo, mas bem mais econômico (cerca de 120 reais, a garrafa), pude assistir duas amigas que almoçavam e chamaram o garçom à mesa para saber quando o ícone da Toscana, o Sassicaia, voltaria para uma daquelas máquinas. Elas chegaram a deixar o telefone e reforçaram: “Assim que você ligar, chegamos em 20 minutos”.

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A casa conta com 5 máquinas de vinho no andar de baixo, cada uma elas têm espaço para 4 rótulos — e mais 4 equipamentos do tipo destinados aos vinhos mais complexos e especiais no andar superior. Há brancos, tintos, rosés e os de sobremesa, que normalmente têm pouca saída no Brasil, mas que lá, assim fracionados, fazem grande sucesso. Aos sábados, o sommelier Oliveira conta que o ponto alto do almoço ou jantar é o momento de fazer o auto serviço e tirar o vinho na máquina. “Eu estou sempre aqui para auxiliar e dar sugestões, mas os próprios clientes indicam, uns aos outros, e surgem até paqueras por aqui”, disse.

Para quem se interessou por esse tipo de confraternização, fica a dica de brindar o match com um Chatêau Petrus a preço promocional.

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