AP processa 3 funcionários de Trump por ordem sobre ‘Golfo da América’
A agência de notícias americana Associated Press (AP) anunciou, nesta sexta-feira (21), que processou três funcionários do governo de Donald Trump, depois que este vetou seus jornalistas de vários atos oficiais pela recusa em denominar o Golfo do México como “Golfo da América”.
Em sua ação judicial, a AP afirma que a negativa de acesso aos eventos presidenciais durante dez dias representa uma violação da Constituição dos Estados Unidos.
Susie Wiles, chefe de gabinete da Casa Branca; Taylor Budowich, seu imediato; e Karoline Leavitt, porta-voz de Trump, são mencionados na denúncia.
Concretamente, a AP está proibida indefinidamente de acessar o Salão Oval e o avião presidencial até que concorde em se referir ao Golfo do México como “Golfo da América” em seus textos, conforme decretou Trump poucos dias depois de voltar ao poder.
“A Constituição não autoriza o governo a controlar o discurso”, diz a denúncia.
“Vamos nos ver nos tribunais”, reagiu Leavitt durante um discurso na convenção CPAC, o grande evento dos conservadores.
Ontem, Trump chegou a tachar a agência de notícias de “organização de esquerda radical”.
Com 180 anos, a Associated Press é considerada um pilar do jornalismo americano e proporciona notícias a mídias impressas, televisivas e radiofônicas de todo o país.
Em uma nota de estilo do mês passado, a AP afirmou que “o Golfo do México carrega esse nome há mais de 400 anos” e frisou que a ordem executiva de Trump “só tem autoridade dentro dos Estados Unidos”.
© Agence France-Presse