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Papa Francisco: o que é plaquetopenia, que afeta a saúde do pontífice

O boletim médico mais recente sobre a saúde do papa Francisco, 88, apontou que ele teve uma piora no estado de saúde. De acordo com o documento emitido neste sábado (22), ele apresentou um quadro de plaquetopenia, uma queda significativa no número de plaquetas, as células responsáveis pela coagulação do sangue.

Marcelo Rabahi, médico pneumologista do Hospital Albert Einstein, explica à CNN que essa queda no número de plaquetas pode proporcionar alguns distúrbios de coagulação, como sangramento intenso. Ele também diz que existem várias causas para este problema de saúde.

“Distúrbios de coagulação podem ser causados por algumas doenças específicas, mas, no contexto da doença do papa Francisco, pode estar relacionado a uma infecção e isso pode ser um sinal mais grave de infecção e, talvez, um sinal de alerta para uma septicemia, que seria uma infecção generalizada“, avisa.

O especialista completa que este quadro pode também significar um efeito adverso de algum medicamento que possa ter sido ministrado para conter algum outro tipo de problema de saúde do papa Francisco, que também já foi diagnosticado com pneumonia bilateral.

“Isso algumas vezes é comum acontecer. A plaquetopenia pode também estar relacionada à questão do sistema imunológico, caindo também as células vermelhas, as células brancas e até as plaquetas. Então caem os três tipos de células principais do sangue e, nesse sentido, é necessário que haja as transfusões sanguíneas”, detalha.

Marcelo diz que é importante considerar que o paciente é idoso, tem 88 anos de idade, e uma anemia atrelada à plaquetopenia pode tornar o quadro ainda mais grave. Ele ressalta que isso pode representar o consumo ou o desgaste do próprio organismo, uma perda sanguínea ou até um quadro de infecção.

“É um sinal de alerta que precisa ser investigado a causa. Além da transfusão, da reposição, de plaquetas, do concentrado de hemácias que é feito, é muito importante que defina qual é a causa exata para que possa fazer o tratamento específico. Ou mesmo investigar se isso é sinal de alerta ou de complicação de alguma outra situação no organismo.”

Ele compara o quadro plaquetopenia com casos graves de dengue, quando o paciente apresenta níveis muito baixos de plaquetas e que existe um grande receio que ele possa ter qualquer tipo de sangramento em alguma região do corpo.

“Para tratar, primeiramente, é preciso entender o que causou essa plaquetopenia. Se ela está em um contexto de piora, de quadro de infecção e as plaquetas caem, é necessário que se trate a infecção. Se ela está em um contexto de queda por consumo do organismo, aí se faz a reposição e a transfusão de plaquetas. No contexto de alguém que esteja internado há mais tempo, requer muito cuidado não só da correção do problema, mas também da identificação de qual foi a causa para que isso acontecesse”, finaliza.

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