“Agonizinha”: crianças agitam em bloco infantil no DF
Maiara Marinho
redacao@grupojbr.com
O bloco ‘Agoniza, mas não morre’ foi para a rua neste domingo (2) no Distrito Federal. O evento, realizado no Park Deck Sul, marcou a estreia do bloco infantil Agonizinha. Com foliões de todas as idades, o grupo Patubatê puxou a criançada ao som da percussão carnavalesca. Após o agito do Agonizinha, a Banda Makinamara assumiu o trio elétrico para manter a folia.
Em 2014, três amigos, Luana, Marcos e Thaís, apaixonados pelo carnaval, perceberam que os blocos ou eram muito grandes – e isso dificultava escutar a música – ou eram apenas cortejos com banda pequena. “A gente sentia falta de bloco com trio elétrico”, contou Luana Glock, de 39 anos, servidora pública.

O trio de amigos, que se define como “inimigos do fim”, também desejava um Carnaval prolongado. “Os blocos acabavam cedo, e a gente ficava: ‘Mas já acabou?’”, relembrou Luana. Assim nasceu o ‘Agoniza, mas não morre’, hoje um dos blocos mais tradicionais de Brasília.
Desde 2017, o Patubatê aquece os foliões com sua percussão contagiante, misturando instrumentos como agogô, cuíca, repique, surdo, tamborim e pandeiro. Neste ano, o grupo também agitou o Agonizinha, versão infantil do bloco. A iniciativa surgiu do próprio crescimento das famílias dos foliões.

Após a participação do bloco infantil e da banda, o trio elétrico comandou o encerramento da folia. “O carro-chefe do nosso bloco é o samba de raiz”, destacou Luana, explicando que a programação sempre inclui, também, uma banda que faz uma viagem musical pelo Brasil, passando pelo rock, marchinhas e frevo.
Carnaval é inclusão
O Patubatê, fundado pelo músico e empresário Fred Magalhães, comemora 25 anos de história em 2025, sendo 16 deles dedicados ao bloco carnavalesco. O grupo também promove inclusão e formação musical com projetos que funcionam ao longo do ano.
“Temos o Patubatê Performático, que utiliza materiais recicláveis para fazer música e já nos levou a 20 países e mais de 400 cidades no Brasil”, contou Fred. “O bloco é uma extensão disso: oferecemos cursos de percussão, ensinamos partitura e ritmos brasileiros para formar ritmistas para o Carnaval.”
Outra iniciativa do grupo é o “Patubatê Mais”, voltado para pessoas com mais de 60 anos. “Muita gente dessa geração não teve oportunidade de aprender percussão. Criamos esse projeto para que possam vivenciar essa experiência, e tem sido um sucesso”, explicou o fundador.
A psicóloga aposentada Neiva Vasques, 59 anos, faz parte do Patubatê Mais. Carioca e apaixonada pelo Carnaval, ela participa do bloco desde o fim da pandemia. “Sempre gostei de arte e música. Entrei para o Patubatê nas aulas de percussão do Fred e fiquei. Brincamos que toda quinta-feira é Carnaval, porque temos os ensaios”, contou.

A arquiteta Thaísa Greca, 39 anos, aproveita o Carnaval brasiliense com os filhos. “Sempre ficamos em Brasília para curtir os blocos. Agora, com duas crianças, buscamos os bloquinhos infantis. A Lis, de quase seis anos, está adorando. O Lui, de um aninho, ainda não entende muito, mas adora jogar confete”, relatou.

Já Cláudia Santos, empresária de 55 anos, faz questão de prestigiar os blocos locais. “O Patubatê é um dos melhores blocos. Ele tem ritmo e representa a essência do Carnaval”, afirmou. Seu pai, João Batista dos Santos, 85 anos, que chegou a Brasília em 1960 e acompanhou a construção da cidade, também foi conferir a festa. “Antigamente, eu pulava as quatro noites de Carnaval. Agora, venho para ver como está a festa”, brincou.

O carnaval continua
O Patubatê segue sua programação carnavalesca nesta segunda-feira (3) no Clube Ascade e, na terça-feira (4), encerra a festa na Cervejaria Corina, em um evento especial para amigos e familiares.
Brasília mostrou, mais uma vez, que seu Carnaval tem espaço para todos os públicos, promovendo inclusão, diversidade e muita festa nas ruas.