Dançarina brasiliense abre espaços no breaking e na fotografia
Por Victória de Souza
A dança sempre foi mais do que um hobby para Jay Sther, nome artístico de Dieinne Estefane Bento Ferreira. Mas foi no hip-hop, particularmente no breaking, que ela encontrou sua verdadeira forma de expressão.
Desde os primeiros passos, percebeu que a cultura ia muito além do movimento – era também resistência, identidade e pertencimento.
“A dança me transformou, me mostrou habilidades que eu nem sabia que tinha e se tornou parte essencial da minha vida”, conta.
Coreógrafa, fotógrafa e criadora de conteúdo, a artista, de 24 anos, nasceu e cresceu em Brasília, mas hoje vive em Unaí (MG).
No hip-hop, ela garante que encontrou um espaço para se expressar. Ela diz que precisou ser resiliente para se afirmar em um cenário predominantemente masculino.
Breaking
O breaking, um dos elementos do hip-hop, apesar de bastante praticado por mulheres no cenário geral, se configura como uma dança considerada mais “bruta” e agressiva, o que pode reforçar a visão sexista de que é um estilo masculino.
Ela lamenta que, enquanto os homens muitas vezes são reconhecidos de imediato, as mulheres precisam provar constantemente sua capacidade para conquistarem respeito e credibilidade.
“Nunca sofri ataques diretos, mas percebi que o respeito era diferente quando um homem falava. Precisei conquistar meu espaço e provar minha capacidade, algo que, infelizmente, ainda é uma realidade para muitas mulheres no hip-hop”, declara.
Nova paixão
Recentemente, Jay Sther descobriu uma nova paixão: a fotografia.
Ela aprendeu a atuar também em fotografia publicitária, familiar e infantil.
Além disso, expandiu sua atuação para a área de criação de conteúdo, storymaker e produções profissionais.
Carreira
Mais do que uma carreira, ela afirma que o hip-hop se tornou uma parte essencial de sua identidade. A cultura lhe ensinou sobre resistência, pertencimento e comunidade, valores que se refletem em seu trabalho e na forma como busca abrir caminho para outras mulheres dentro da cena.
“Ser mulher dentro dessa cultura é tanto um desafio quanto um privilégio. E cada passo que dou abre caminho para outras mulheres que vêm depois.”
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira