Brasilia

Estudantes do Brasil todo participam da maior competição brasileira de robótica


A capital federal está recebendo estudantes de todo Brasil na maior competição brasileira de robótica, que serve como classificatória para o mundial da For Inspiration and Recognition of Science and Technology (FIRST), nos Estados Unidos. As disputas estão abertas ao público a partir dessa quinta-feira e ocorrem no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), no 7º Festival SESI de Educação, até o dia 15 de março. Realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI), o evento reúne atividades de ciência, robótica e engenharia, e objetiva fomentar novos formatos e práticas de educação. Dentre as 270 equipes que vão competir, há 7 grupos do Distrito Federal. 

São três modalidades de robótica, que contemplam desde robôs de LEGO a robôs de 1,2 metro de altura e 56 kg, além do Torneio SESI F1 in Schools, onde os estudantes são desafiados a desenvolverem escuderias de Fórmula 1 e miniaturas de carrinhos de corrida. O público também pode conferir as oficinas maker e interagir com 10 aparatos do SESI Lab itinerante. 

Segunda vez do DF na categoria FRC

No Torneio Sesi de Robótica First Robotics Competition (FRC) — modalidade de disputas entre robôs de porte industrial, o DF participa pela segunda vez com duas equipes: Robot’s District e Federal Force. A estudante Maria Geralda Dornelas Villas Boas, 17 anos, é uma das integrantes do Robot’s District. “É o nosso segundo ano competindo. Nós somos os pioneiros dessa modalidade no Distrito Federal”, contou. No ano passado, Maria destacou que mesmo com as dificuldades que enfrentaram, o time ficou em sétimo lugar. “Para esse ano, nós esperamos voos muito mais altos, porque conseguimos aprimorar os nossos robôs e tivemos mais tempo de preparação. Estamos confiantes que vamos pegar o pódio”, manifestou.

img 6186
Na foto a estudante Maria Geralda Dor elas Villas Boas da equipe do DF, Robot’s Districts

Valéria Lucene de Oliveira Silva, gerente executiva de educação do SESI DF, conta que esses torneios são muito importantes para a área de educação como um todo. “É a culminância de todo o aprendizado que é feito dentro das escolas. Os nossos alunos já são estimulados a trabalharem com a metodologia STEAM no desenvolvimento das ciências, da matemática, da tecnologia e da inovação”, citou. Os estudantes também trabalham muito os conhecimentos de robótica, programação e de raciocínio lógico. “Eles têm essa expertise de fazer a programação dos robôs, transformando desafios em soluções”. Para Valéria, o fato do DF ter conseguido entrar nas disputas dos torneios desse evento com 7 equipes é bem relevante, considerando o montante de alunos que as escolas do SESI DF tem.

Projeto de inovação

Participando do torneio Sesi de Robótica First Lego League Challenge (FLLC) como convidados, o projeto de inovação do grupo Jurunabots é o Juruna Conecta, um site que fala sobre  o impacto dos plásticos na vida marinha. O time veio direto de Vitória do Xingu, no Pará, e os jovens Richard Juruna e Marayudi Juruna contam com orgulho sobre o que a equipe fez: “Com a nossa pesquisa com biólogos e oceanógrafos, descobrimos que podemos afetar o oceano até mesmo onde vivemos. Se nós jogarmos plásticos nos igarapés, que nós estamos mais acostumados, isso vai desaguar para os os rios que vão desaguar nos oceanos, causando efeitos negativos”, disse Richard. Marayudi acrescentou que o time resolveu conscientizar as pessoas da comunidade em que habitam sobre o impacto dos plásticos através do site. 

Para Marayudi, é incrível participar desse festival enorme. “Pode ser apenas como convidados, mas é algo grandioso, é uma vitória enorme para nós”. Ela conta que a equipe vai passar pelas avaliações e competições como todas as outras, tentando dar o máximo para entregar um trabalho bonito para voltar como competidores oficiais.  “Para que nós possamos continuar a participar e mostrar que os povos indígenas também podem ocupar esse espaço da robótica”, salientou. 

Ada Ribeiro, 15 anos, é da equipe Dracarys de São Luís, Maranhão. É a segunda que ela participa, mas a equipe como um todo está no terceiro ano de competição. “A cada torneio a expectativa só vai aumentando. Assim que chegamos, nós conversamos com as outras equipes e é uma interação muito legal nesse primeiro momento em que está todo mundo se conhecendo e montando os pits”, afirmou. Para ela, essa confraternização entre concorrentes deixa a experiência bem mais legal e dá mais animação para continuar ao longo do campeonato. 

img 6192
Na foto a estudante Maria Geralda Dor elas Villas Boas da equipe do DF, Robot’s Districts

O projeto da Dracarys para a modalidade de FLLC é uma gaiola de mergulho feita para os mergulhadores, só que feita de bambu. “Nós visamos a sustentabilidade, já que o aço atinge tanto o meio ambiente, quanto os animais e o bambu é um material sustentável. Queremos ajudar tanto os mergulhadores, quanto o meio ambiente”, frisou. Enquanto Ada explicava o projeto, os competidores se divertiam gritando o hino da instituição, que é “Gracious Professional”, ou o profissionalismo gracioso, enquanto saúdam uns aos outros, como a estudante explicou

Nas quatro modalidades de competição, participam cerca de 2,5 mil estudantes de escolas públicas e particulares de 9 anos a 19 anos. Os vencedores de cada modalidade vão garantir vaga no torneio mundial da FIRST, sediado em Houston, nos Estados Unidos, entre 16 e 19 de abril. No sábado, a disputa em Brasília classificará 10 equipes para a competição internacional: três na FIRST Lego League Challenge (FLLC); três na FIRST Tech Challenge (FTC); e quatro na FIRST Robotics Competition (FRC).

Kátia Marangon, a gerente do Centro SESI de Formação e Educação, explicou que além da competição, são feitas avaliações sobre as habilidades em programação, construção dos robôs e nos projetos de inovação, assim como nas ações sociais sobre o tema da temporada que são os oceanos. “Vai ser analisado o que os competidores pesquisaram e descobriram sobre os oceanos, como eles criaram esses robôs e o design de cada um”.

Para Kátia, o festival estimula nos estudantes, o desenvolvimento da criatividade, senso analítico e o espírito de trabalho em equipe. “Além da amabilidade, que é essa ideia de ter equipes do Brasil inteiro reunidas. É assim que vamos reconstruir a educação no país”, afirmou. 

Ela destacou a categoria F1 Schools, que é uma forma de abordagem de ensino educacional STEAM, que segundo Kátia é a junção da ciência, as artes, tecnologia, matemática e engenharia. “A F1 School é muito semelhante à Fórmula 1. Tanto que no Grande Prêmio da Fórmula 1, eles também realizam a final do F1 School”. No final do festival, três equipes de F1 in Schools serão classificadas para a competição mundial da categoria. O evento está programado para ocorrer no segundo semestre de 2025, em um país ainda a ser definido.

Antes do início da competição, os participantes assistiram a alguns seminários sobre educação integral. “Tivemos um bom debate sobre motivação, emoções, neurociência, afeto e competências socioemocionais”, concluiu. Como aquecimento para os torneios, Kátia acredita que deu para sentir como os participantes estão animados para os torneios. 

O evento é aberto ao público como um convite para que as famílias e visitantes conheçam a diversidade de atividades educacionais que o evento contempla. “Temos estacionamento gratuito para quem quiser vir de carro. Além de um transporte saindo do SESI Lab de hora em hora”, finalizou.

Serviço  

7º Festival SESI de Educação  

Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). 

Aberto ao público.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *