“A gente vive num desafio”, diz número 2 de Haddad sobre credibilidade
Pouco depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que a economia deverá crescer 3,5% em 2024, seu secretário-executivo, Dario Durigan, disse que, apesar do crescimento sustentável já por dois anos seguidos, não há uma batalha vencida.
“A gente tem um nível de crédito e investimento no país que mostra que não se trata de um voo de galinha, trata de algo que está acontecendo com formação bruta de capital fixo, as empresas investindo. E eu queria falar também sobre os desafios que estão na nossa frente, porque isso não é uma batalha vencida”, afirmou Durigan nesta quinta-feira (12/12), ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
Citando indicadores da balança comercial brasileira, da população economicamente ativa e da renda do trabalho, Durigan disse que os dados são “muito alvissareiros”, mas ponderou:
“De toda forma, a gente vive num desafio, que é um desafio de manter a nossa credibilidade, mostrar que nós estamos no caminho certo, porque o caminho certo é fazer o equilíbrio das contas com a renda em crescimento do lado da justiça”.
Ele defendeu a tributação de “quem tem capacidade econômica para pagar o atributo”, a revisão de benefícios injustificados e o diálogo com a sociedade, com o Congresso, com os setores produtivos e também com o Poder Judiciário.
Durigan também pontuou que as políticas sociais precisam ser eficientes e afirmou que a orientação dada pelo presidente Lula de colocar o pobre no orçamento já foi feita. “O pobre hoje está no orçamento federal e a gente vai garantir que isso seja bem feito, para que a gente continue com isso funcionando bem”.
Regra fiscal de pé
O auxiliar de Haddad ainda sustentou que, para garantir estabilidade, é preciso manter o arcabouço fiscal vigente, e defendeu o pacote de revisão de gastos apresentado em novembro ao Congresso Nacional.
“As medidas que foram apresentadas agora ao Congresso Nacional, elas têm esse condão, que é fazer com que a gente siga crescendo, que não tenha aqui redução orçamentária de ninguém. A gente vai moderar o crescimento, para que a gente siga nessa toada. A gente siga com pleno emprego, a gente siga crescendo, a gente siga aumentando o crédito, siga controlando a inflação, que são temas muito importantes para a gente”.
Por fim, o secretário-executivo disse que o governo tem aprendido nesses dois anos que é possível fazer ajuste fiscal e equilibrar as contas sem retrocesso social. “E esse é o presente que a gente deveria trabalhar, se esmerar e manter de pé. Porque não é simples, não é uma equação fácil, mas a gente chega no fim do primeiro biênio com isso atingido”, defendeu.
Ele ainda pontuou o cenário externo desafiador, com troca na presidência dos Estados Unidos e uma pressão inflacionária que se avizinha. Em resposta a isso, ele saiu em defesa do controle do crescimento das despesas, “mas mantendo crescimento real do Orçamento, mantendo crescimento real do salário-mínimo e mantendo fortes e de pé as políticas públicas”.