Ambulatório Trans atende cerca de 200 pessoas em um único dia
Cerca de 200 pacientes passaram pelo Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Diversidade de Gênero, conhecido como Ambulatório Trans, nesta terça-feira (10). O número de atendimentos, alcançado através de uma força-tarefa, irão colaborar com a elaboração do Plano Terapêutico Singular (PTS), que considera as necessidades e intenções de cada paciente à Atenção Secundária.
Durante o evento, realizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul, os usuários foram acolhidos pela equipe multidisciplinar da unidade. A ação contou com o apoio de parcerias institucionais e busca reduzir a lista de espera por assistência no local.
“Essa ação foi pensada para acelerar o acesso ao serviço. Desde o início da lista, em 2020, muitas pessoas trocaram de contato, dificultando o alcance, mas conseguimos convocar 200 dos 380 pacientes que estavam inscritos”, detalha a chefe do ambulatório, Sidneia Vasconcelos.
Além do plano, a força-tarefa também disponibilizou orientação jurídica sobre retificação de nome, por meio da Defensoria Pública (DPDF); testes em parceria com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA); e autocoleta para prevenção do câncer de colo do útero com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília. Outras instituições também ofertaram serviços; entre elas a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e o Centro de Referência Especializado da Diversidade Sexual, Religiosa e Racial (Creas Diversidade).
A cabeleireira Raissa Franklin, 55, foi uma das atendidas e elogiou a iniciativa. “Tenho diabetes e pressão alta e, aqui, encontrei a ajuda que precisava. Além disso, vou poder trocar meu nome”, revelou. Já para a autônoma Bebel Mendonça, 60, o mutirão representa um avanço no combate à transfobia e à exclusão: “É fundamental para nós, mulheres trans, principalmente as que estão acima dos 50 anos, que sofrem ainda mais discriminação. Ver que nossas demandas foram atendidas é emocionante.”
Também presente no evento, a diretora regional de Atenção Secundária à Saúde da Secretaria de Saúde (SES-DF), Graciele Pollyanna Mertens, celebrou o momento. “Estou comovida. O ambulatório nasceu da luta de uma equipe comprometida e, hoje, vemos sua consolidação como uma unidade da SES-DF. Tenho certeza que continuaremos a crescer”, declarou.
O ambulatório
Criado em 2017, o Ambulatório Trans é referência no atendimento a essa população no DF. A unidade funciona de segunda a sexta e oferece suporte multidisciplinar de psicólogos, assistentes sociais, endocrinologistas, psiquiatras, entre outros.
*Com informações da Agência Brasília