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Ator diz que, apesar de polêmico, Baby tem tudo que brasileiro gosta

Rio de Janeiro (RJ) – Há 16 anos, o ator Ricardo Teodoro deixou o interior de Minas Gerais para seguir a carreira no Rio de Janeiro e sonhava em estar nas grandes telas do Festival do Rio. Este desejo se concretizou na última segunda-feira (7/10), com a exibição do filme Baby, que protagoniza ao lado de João Pedro Mariano.

A produção segue Wellington, que, após ficar dois anos em um centro de detenção para jovens, é abandonado pela família e precisa encontrar uma forma de sobreviver na capital paulista. É neste cenário que ele se encontra com o garoto de programa Ronaldo -vivido por Teodoro -, com quem vive uma relação conturbada.

Apesar de considerar um filme polêmico, Ricardo pontua que a produção tem todos os aspectos que o brasileiro gosta, principalmente por conta dos aspectos de melodrama da história. “Você fica torcendo por um personagem ou para eles ficarem juntos”, afirma.

“O Brasil é um país Cristão. Este é o nosso modo familiar. Por mais que as pessoas vão à igreja no domingo, gostam de sacanear durante a semana. A minha preocupação era não julgar ou moralizar o Ronaldo pela profissão que ele exerce”, comenta.

A ideia do ator foi “colocar uma lente” em outros aspectos do personagem, como a relação dele com o filho, com os amantes e com amigos e família.

Com este trabalho, Ricardo recebeu o prêmio de Ator Revelação no Festival de Cinema de Cannes. O artista é o quarto brasileiro a receber este prêmio, ao lado de Fernanda Torres, em 1986; Rodrigo Santoro, em 2004; e Sandra Corveloni, em 2008. Assim, o mineiro deixa o seu espaço na história do cinema.

“Como ator, é muito fantástico. É a realização de um sonho”, afirma.

Estreia no Brasil

Após ser um dos grandes destaques no Festival de Cinema de Cannes, o filme Baby chegou ao Brasil, no Festival do Rio. Para o diretor Marcelo Caetano, agora é a hora.

“Por mais que o filme faça uma carreira internacional, a impressão que eu tenho é que a coisa só começa quando a gente chega aqui. De uma certa forma, é de onde saem o universo dos personagens, saem as ideias e é a cenografia que eu mais curto”, afirma Marcelo.

A produção segue Wellington, que, após ficar dois anos em um centro de detenção para jovens, é abandonado pela família e precisa encontrar uma forma de sobreviver na capital paulista. É neste cenário que ele se encontra com o garoto de programa Ronaldo, com quem vive uma relação conturbada.

“Eu não consigo falar sobre a questão da comunidade LGBTQIAP+ sem falar de outras interseções que se passam, como trabalho. O mercado de trabalho é favorável para essa população? Por que uma pessoa LGBTQIAP+ terá mais possibilidades de ser condenada? Ou uma pessoa pobre?”, pontua sobre provocações do filme.

Além de Baby, o diretor é conhecido pelo longa-metragem Corpo Elétrico e o curta Bailão, que fala sobre a ancestralidade da comunidade LGBTQIAP+ em São Paulo com uma boate como fio narrativo. “A gente está aqui de mãos dadas com quem veio antes, com as gerações que abriram portas, conquistaram espaços e preservaram”, comenta Marcelo..

A repórter viajou a convite do Festival do Rio

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