Política

Braga Netto precisará de autorização do STF para receber visitas

Preso na 1ª Divisão de Exército, na Vila Militar, Rio de Janeiro, o general da reserva Walter Braga Netto vai precisar de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para receber visitas. O candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), em 2022, foi informado da condição durante audiência de custódia, realizada no mesmo dia em que foi preso. A validação deve ser expressa do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Braga Netto foi preso em seu apartamento em Copacabana, zona sul do Rio, nesse sábado (14/12). De acordo com a Polícia Federal (PF), ele foi detido por atrapalhar as investigações do inquérito do golpe. Por ser militar, mesmo na reserva, Braga Netto está sob a custódia do Exército.

“O Exército vem acompanhando as diligências realizadas por determinação da Justiça e colaborando com as investigações em curso. A Força não se manifesta sobre processos conduzidos por outros órgãos procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”, diz nota do Centro de Comunicação do Exército.

Entenda

A base da operação deste sábado foi um depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que revelou detalhes sobre o envolvimento de Braga Netto em atos que obstruíram as investigações. Cid, que fez uma delação premiada em setembro de 2023, alegou que Braga Netto tentou descobrir detalhes do conteúdo de sua colaboração com a PF, o que caracterizaria uma tentativa de obstrução de Justiça.

Relatório final da PF indiciou Bolsonaro e mais 39 pela trama golpista, incluindo Braga Netto. No documento, consta que policiais encontraram na sala do coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, um documento que continha informações sobre a delação de Cid.

Esse vazamento de informações confidenciais implicou diretamente o ex-ministro da Casa Civil, da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, que, segundo os investigadores, teve acesso não autorizado ao conteúdo da colaboração.

Kids pretos

Além disso, a delação de Mauro Cid trouxe informação sobre o envolvimento de Braga Netto no financiamento de um grupo militar que monitorava Alexandre de Moraes. Cid revelou que o ex-ministro teria utilizado caixas de vinho para entregar dinheiro a militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, que estavam envolvidos em atividades suspeitas.

A investigação da PF também apontou a participação de Braga Netto em dois núcleos estratégicos dentro da tentativa de golpe. O primeiro, conhecido como “Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado”, e o segundo, o “Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas”.

Nesse contexto, Braga Netto foi identificado como um dos principais responsáveis por incitar e coordenar ações que visavam derrubar o governo eleito e, ao mesmo tempo, atacar aqueles que resistiam ao plano golpista.

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

Núcleo de inteligência paralela
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
Núcleo Jurídico
Núcleo de Incitação Militar
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Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

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Núcleo de inteligência paralela

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Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas

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Núcleo Jurídico

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Núcleo de Incitação Militar

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Além da prisão de Braga Netto, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, incluindo um contra o coronel Flávio Peregrino, ex-assessor do general. A PF continua investigando a participação de Braga Netto e outros envolvidos na tentativa de golpear a democracia brasileira, com o objetivo de preservar a integridade das instituições e garantir a responsabilização dos envolvidos.

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