Crianças podem beber cerveja sem álcool?
As bebidas sem álcool tem ganhado cada vez mais espaço nas mesas do Brasil e do mundo inteiro. Com produção voltada para o público adulto, as cervejas e outras bebidas com versões não alcoólicas podem levantar uma dúvida dentre os pais: crianças podem beber?
A produção de versões sem álcool de bebidas tradicionalmente alcoólicas não é pensada e nem recomendada pelas marcas para o público infantil. A tendência ganhou espaço dentre os consumidores adultos que buscam um estilo de vida mais saudável e equilibrado, evitando o consumo de álcool, ou dentre aqueles que precisam parar de beber álcool, mas ainda querem matar a saudade do gosto.
No mundo todo, o segmento movimenta mais de US$ 10 bilhões, segundo dados da Worldwide Beer Alliance (WBA).
Criança pode?
As crianças podem ficar curiosas em relação à bebida e passar a pedir aos pais, gerando uma certa confusão. A atriz Kristen Bell, mais conhecida por seu papel em “The Good Place”, causou polêmica ao revelar que suas filhas de oito e nove anos de idade bebem cerveja sem álcool.
De acordo o Dr. Sanjay Gupta, correspondente médico da CNN internacional, o risco em oferecer essas bebidas às crianças não está na saúde imediata, mas sim que elas atuem como “porta de entrada”.
“Parte do apelo é que as bebidas tem o mesmo gosto, a mesma aparência e o mesmo cheiro que as bebidas alcoólicas. É uma experiência similar. Mas, como resultado, também pode dar às crianças a chance de ‘praticar beber’”, explicou o médico. “Isto poderia criar uma cultura de beber em uma idade muito nova.”
Um estudo feito no Japão — onde só é possível beber álcool legalmente após os 20 anos — mostrou que entre 20% e 30% dos alunos do ensino fundamental, médio e superior bebem bebidas não alcoólicas. Estes jovens também demonstraram estar mais propensos ou interessados em beber álcool do que os outros.
O Dr. Sanjay Gupta ainda ressaltou que bebidas não alcoólicas ainda podem conter uma quantidade pequena de álcool: “Então, se você está tentando ficar em abstinência absoluta, é bom ler os rótulos.”
No Brasil, a legislação destaca que apenas produtos com menos de 0,5% de álcool podem ser classificados como não alcoólicos. Essa quantidade, no entanto, é similar a de alimentos feitos através da fermentação, como pães de forma, molho de soja ou até frutas maduras.
“Esse movimento é uma coisa boa do ponto de vista da saúde, já que cada vez mais pessoas querem evitar beber álcool. Mas é importante ter todas as informações para fazer isso do melhor jeito possível”, acrescentou Gupta.
*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações da CNN internacional
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