Estilo

CUCAN: uma ode à Brasília para aguçar todos os sentidos


O CASACOR Brasília 2024 se despede da cidade nesta quarta-feira (16/10), trazendo uma reflexão profunda sobre ancestralidade, legado e o impacto que deixamos para as gerações futuras. Sob o tema “De presente, o agora”, o evento propôs um olhar atento para a conexão entre passado e futuro. Nesse contexto, o Restaurante CUCAN (Culinária Candanga), idealizado pela ON Arquitetura, surge como uma homenagem viva à capital federal, mesclando a identidade arquitetônica e a cultura gastronômica do quadradinho. Cuidadosamente pensado por dois brasilienses de coração – a carioca e arquiteta Luciana Canalli e o chef dinamarquês Simon Lau –, o espaço de 200 m² proporcionou ao público uma experiência sensorial completa, onde as artes de construir e de cozinhar se entrelaçaram em perfeita harmonia.

Brasília, reconhecida por sua arquitetura com traços únicos de inovação, inspira o conceito do espaço. Assim como as linhas futuristas e arrojadas de Lúcio Costa e Niemeyer, o CUCAN se tornou, literalmente, um prato cheio para a reflexão sobre o presente como um legado vivo para as próximas gerações, especialmente aquelas com raízes no Distrito Federal. Mas o projeto do restaurante CUCAN vai além de uma arquitetura modernista inspirada na cidade. Ele é uma celebração do sentimento de pertencimento e gratidão que Luciana e Simon desenvolveram por Brasília ao longo de suas trajetórias. Mostra como abraçar o concreto, a estrutura bruta e fria do Estádio Nacional, deixá-la ser como é, mas com afetividade, acolhimento e aconchego.

Arquiteta Luciana Canalli e chef Simon Lau, responsáveis pelo sucesso do CUCAN, no CASACOR Brasília 2024/ Reprodução @cucan.culinariacandanga
Arquiteta Luciana Canalli e chef Simon Lau, responsáveis pelo sucesso do CUCAN, no CASACOR Brasília 2024/ Reprodução @cucan.culinariacandanga

Luciana, arquiteta formada pelo UniCeub, apaixonou-se pela capital federal há 10 anos, quando decidiu tornar-se parte ativa de sua cena criativa. Sua contribuição para o CASACOR 2024 reflete seu apreço pela cidade, presente nos detalhes de um espaço que ecoa a monumentalidade de Brasília, sem perder de vista a familiaridade que seus moradores reconhecem.

Simon Lau, por sua vez, há 28 anos em Brasília e também arquiteto de formação, optou por dedicar-se à gastronomia e, com uma visão sensível ao cerrado, tornou-se um embaixador da culinária local. A parceria entre os dois no CUCAN resulta em um ambiente que reúne a sofisticação de um design pensado para uma capital federal e uma culinária que valoriza ingredientes regionais numa fusão ímpar com as técnicas de alta gastronomia e de raízes dinamarquesas. Simon, por exemplo, foi o grande divulgador da baunilha do cerrado, que conheceu em Goiás Velho, no interior de Goiás, simbolizando essa união de tradições e inovações que o restaurante propõe.

“Como eu coordenei o Brasília Design Week deste ano, já existia essa vontade de trabalhar com elementos da cidade. O encontro com o Simon casou minha predileção por Brasília com esse desejo e ideais. Foi uma união perfeita e não foi combinada”, conta Luciana.

No interior do CUCAN, o concreto bruto e os painéis de azulejos assinados por artistas locais remetem diretamente à obra de Athos Bulcão, enquanto os cobogós e pilotis evocam a arquitetura icônica da cidade. Um balcão inteiro é revestido de azulejos, assinados pela Quina Azulejaria, que lembram o Palácio da Alvorada. Pilares concretados sustentam mesas na entrada do restaurante. Cobogós fazem às vezes de prateleiras e estantes, enquanto pisos e vigas aparentes, originais do Mané Garrincha, trazem um pouco do brutalismo da capital federal. Além disso, as obras e o mobiliário expostos no espaço foram cuidadosamente selecionados para integrar o acervo da Brasília Design Week, reforçando o compromisso do projeto com a valorização do design local.

“Todo o mobiliário é assinado por designers brasilienses, inclusive, alguns premiados internacionalmente”, destaca Luciana, que também é sócia-fundadora da MUTA – uma plataforma para artistas, designers, empresas, instituições e pesquisadores locais que reúne criativos focados em reimaginar o modo de viver e criar. O MUTA teve sua primeira edição em julho deste ano, durante a semana de design de Brasília, ocupando o simbólico espaço do Anexo do Teatro Nacional, antiga Secretaria de Cultura. Dentre os mobiliários, destacam-se um banco da linha Tesourinha, assinado pela Quina Azulejaria, e uma peça desenhada por Victoria Serednick, que já foi exposta no Museu Nacional.

Vale destacar o Mural Brasília, de Daniel Jacaré, que alia, em suas composições, a linguagem dos croquis, a intensidade das linhas e o contexto urbano e das paisagens aos traços e pinceladas livres, soltas e sobrepostas que se ajustam para uma representação com bastante expressividade. Orestes Vaz, artista que encontra inspiração nas curvas e na simplicidade do minimalismo, influenciado por Oscar Niemeyer, também deixa sua marca no projeto em quatro obras: Proximidade 1/5, Proximidade 2/5, Conexão 6 e Jupter. Suas obras retratam situações emocionais como abraços e afeto, utilizando técnicas versáteis com acrílica e aquarela. Com mais de 10 anos de experiência, Orestes cria tanto tons suaves quanto cores vibrantes, fazendo suas obras saltarem do papel e conectarem-se com o observador.

Mas o destaque não fica apenas no espaço físico. A cozinha aberta, projetada para ser parte central da experiência, coloca o chef Simon Lau no foco das atenções. “A ideia é que o ato de cozinhar seja um espetáculo, onde o público possa acompanhar de perto o preparo dos pratos”, explica Luciana. Essa proposta de integração entre arquitetura e gastronomia transforma a visita ao restaurante em uma vivência imersiva, onde tradição e inovação caminham juntas, criando uma atmosfera que envolve todos os sentidos.

O projeto foi mais que aprovado pelo chef Simon Lau, dono de um talento ímpar e que sempre assinou elaborações disruptivas. “Confesso que, antes de conhecer a Luciana, fiquei meio tenso, pois queria algo à altura de Brasília, sem dourados”, brinca Simon. “E foi incrível!”, elogia o chef.

No CUCAN, cada detalhe, do design ao menu, reflete a harmonia entre forma e função. Enquanto os elementos visuais trazem a identidade de Brasília, os sabores, cuidadosamente elaborados por Simon, exploram as raízes do cerrado e do Brasil. Com essa fusão entre duas artes tão distintas, mas igualmente representativas da cultura de Brasília, o Restaurante CUCAN celebra não só a capital federal, mas também o legado de uma cidade que inspira a criação em suas diversas formas, do concreto ao prato.

Descontos Especiais – Este último dia da mostra será dedicado ao Special Sale: adornos, mobiliário, obras de arte, luminárias, fineart, tapetes, equipamentos eletroeletrônicos, eletrodomésticos e produtos diversos (exceto automóveis, alimentação em restaurantes/bares/cafés) com descontos que variam de 30% a 50%. Os produtos destacados com a etiqueta vermelha (tag de inclusão no Special Sale) são participantes da venda com desconto. A consulta de preços acontece de forma presencial, diretamente com os recepcionistas e consultores das marcas que se encontram nos 43 ambientes que compõem a mostra deste ano.

32ª CASACOR Brasília
Encerra nesta quarta-feira (16/10), na Arena BRB Mané Garrincha. Hoje, mostra abrirá das 15h às 22h. Ingressos: R$ 96,00 (inteira) e R$ 48,00 (meia). Obrigatória a apresentação da carteirinha/comprovação de pagamento da instituição/documento de identidade e válido com foto. Crianças até 11 anos não pagam mediante documento.


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