De líder estudantil a ministro: quem é José Dirceu, que teve condenações na Lava Jato anuladas
Nascido em 13 de março de 1946 na cidade de Passa Quatro (MG), José Dirceu (78) é um político e advogado formado pela PUC-SP.
Durante 1987 a 1991, atuou como deputado estadual por São Paulo, eleito com 23.990 votos. Por três legislaturas, 1991 a 2005, foi deputado federal e, entre 2003 e 2005, foi ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo Lula (PT). Após o escândalo do “mensalão”, deixou o cargo de ministro e, em 1º de dezembro de 2005, perdeu o mandato de deputado.
Em 2016, o mineiro foi condenado a 23 anos e três meses de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-ministro foi acusado corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa por de ter recebido suposto caixa dois para o PT nas eleições de 2010.
Em maio deste ano, a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu uma condenação de Dirceu pelo crime de corrupção passiva.
Nesta segunda-feira (28), o ministro Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Lava Jato.
Trajetória de José Dirceu
No início da década de 60, quando chegou a São Paulo, Dirceu ingressou em movimentos estudantis e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1965, iniciou a graduação em direito e, enquanto universitário, foi líder do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da União Estadual dos Estudantes (UEE).
Em 1968, o ex-ministro foi preso ao participar do 30° Congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna, interior paulista. Na época, ele tinha 22 anos e o país passava pela ditadura militar (1964-1985).
No ano seguinte, Dirceu foi solto após membros da Dissidência Comunista de Guanabara sequestrarem um embaixador estadunidense, Charles Burke Elbrick, e exigirem a soltura de 15 presos políticos pela liberdade do embaixador.
Em seguida, Dirceu foi levado ao México como exilado político. Ele seguiu para Cuba, local onde viveu após ter a nacionalidade cassada e ser banido do Brasil.
Seis anos depois, em 1975, Dirceu voltou ao Brasil clandestinamente e permaneceu em Cruzeiro do Oeste (PR) até 1979, quando realizou uma cirurgia plástica para adotar uma nova identidade.
No mesmo ano, o então presidente João Baptista Figueiredo assinou a Lei da Anistia, a qual concedeu perdão aos perseguidos políticos da ditadura.
Com absolvição, em setembro daquele ano Dirceu voltou a São Paulo e atuou na fundação do Partidos dos Trabalhadores (PT), sigla na qual permaneceu durante os mandatos.
*Com informações da Agência Câmara e da Agência Senado