Demanda nos restaurantes comunitários aumenta 43% em dois anos
A demanda nos restaurantes comunitários do Distrito Federal aumentou 43% em dois anos. Conforme dados repassados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), em 2022 foram servidas 9,9 milhões de refeições nas unidades, em 2023 foram 10,9 milhões e em 2024 o número saltou para 14,2 milhões. Ao Jornal de Brasília, a população disse que a procura está relacionada à alta no preço dos alimentos nos supermercados.
O autônomo Antônio Bezerra, 33 anos, morador do Recanto das Emas, contou à reportagem que almoça todos os dias no restaurante comunitário da cidade para ajudar na economia. “É mais acessível e está mais dentro das minhas condições. Além de comprar pra mim as vezes ainda levo para a minha mãe que já é idosa e como no mercado as coisas estão muito caras optamos pelo restaurante comunitário por ser mais acessível. Em casa, fazemos somente o jantar”, comentou.
Antônio frisou ainda que o Restaurante Comunitário do Recanto das Emas costuma estar sempre cheio, principalmente, nas sextas-feiras. A estudante Cintia Coutinho, 36 anos, também tem o hábito de ir almoçar na unidade por conta do preço alto dos alimentos nos mercados ou até em outros restaurantes. “Geralmente almoçamos aqui [restaurante comunitário] quando estamos resolvendo alguma coisa na rua e também por conta do mercado, já que as coisas estão muito caras. A alimentação no restaurante comunitário acaba sendo mais viável”, frisou.
A aposentada Ilza Sousa, 68 anos, ressaltou que além dos preços altos dos alimentos nos supermercados comer no restaurante comunitário também traz mais praticidade. “Geralmente venho uma vez por semana para almoçar no restaurante comunitário e podemos dizer que é praticamente doado a refeição. Não é longe da minha casa, ajuda na economia e no meu trabalho em casa porque no dia que venho [no restaurante comunitário] não preciso fazer comida. Ou seja, eu economizo de todas as formas, no preço e no tempo”, enfatizou.
Em média, são servidas nos restaurantes comunitários 9.375 refeições no café da manhã, 37.827 no almoço e 6.866 no jantar. Das 18 unidades existentes no DF, 13 já servem as três refeições. As demais oferecem café da manhã e almoço e estão em processo de ampliação para o jantar. De acordo com a SEDES, no ano passado as cidades que mais serviram refeições nos restaurante comunitários foram: Planaltina (1.235.287 refeições), Sol Nascente/ Pôr do Sol (1.217.605), Arniqueira (1.205.928), Ceilândia (1.064.542) e Samambaia (1.049.604).
Crédito: Carolina Freitas
Segundo a SEDES, o aumento da demanda está relacionado à ampliação da oferta de refeições nos restaurantes comunitários, com inclusão da gratuidade em todas as refeições para a população em situação de rua e a inclusão gradual das três refeições nos restaurantes, com baixo custo para a população, sendo café da manhã (R$ 0,50), almoço (R$1) e jantar (R$ 0,50). “Na gestão anterior, os restaurantes serviam apenas o almoço e ao custo de R$3. Hoje, o cidadão faz as três refeições do dia a R$2. Vale ressaltar que, nos últimos anos, foram inaugurados mais dois restaurantes comunitários (Samambaia Expansão e Varjão), aumentando a procura pelas refeições e a abrangência do público que é atendido pela política”, explicou a pasta.
A Secretaria de Desenvolvimento Social destacou ainda que dados divulgados recentemente pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua) apontam um crescimento de 9,2% no índice de segurança alimentar, entre 2018 e 2023. “Isso mostra o compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) com o combate à fome, que envolve ações intersetoriais, que envolvem outras secretarias, além da Sedes e da política de restaurantes comunitários”, ressaltou.
“São políticas públicas voltadas para reaquecimento da economia, capacitação da população, geração de empregos, preço da cesta básica, merenda escolar de qualidade, entre outros. Em relação à Sedes, a pasta implementou ainda o Cartão Gás, DF Social e Cartão Prato Cheio, que, hoje, é o maior programa de segurança alimentar e nutricional do país. Só em 2024, mais de 217 mil famílias foram beneficiadas”, completou a pasta.
Saiba mais
Valor das refeições e horário de atendimento:
Café da Manhã: R$0,50, servido das 7h às 9h. Exceto no Restaurante Comunitário de Brazlândia, onde o café da manhã é servido das 6h20 às 8h20.
Almoço: R$1,00, servido das 11h às 14h.
Jantar: R$0,50, servido das 17h às 19h.
Tipos de refeição oferecidos nos Restaurantes Comunitários do DF
Unidades que servem café da manhã, almoço e jantar: Arniqueira, Brazlândia, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia Expansão, São Sebastião, Sobradinho, Sol Nascente /Pôr do Sol e Varjão.
Unidades que servem café da manhã e almoço: Ceilândia, Estrutural, Samambaia e Sol Nascente.
Unidades que servem somente o almoço: Gama, Riacho Fundo II, Santa Maria.
Formas de pagamento
Unidades que aceitam pagamento em dinheiro, PIX, cartão de crédito, cartão de débito, Cartão Prato Cheio e DF Social: Arniqueira, Itapoã, Planaltina, Recanto das Emas, São Sebastião, Samambaia Expansão, Sobradinho e Sol Nascente/Pôr do Sol e Varjão.
Unidades que aceitam pagamento em dinheiro e via PIX: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Paranoá, Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria e Sol Nascente.
A população em situação de rua tem direito à gratuidade nas refeições, não precisando pagar nenhum valor para acessar os restaurantes comunitários.