Depois de 2 anos, bancada evangélica volta a ter disputa pelo comando
A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional vai escolher em 26 de fevereiro, a última quarta-feira do mês, quem vai coordenar o grupo pelos próximos dois anos. Pela segunda vez consecutiva, a bancada evangélica tem uma disputa pelo cargo. Desta vez, são três nomes na corrida.
O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) e o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) disputam o favoritismo, enquanto a deputada Greyce Elias (Avante-MG) corre por fora. Desde o fim de 2022, o grupo não consegue escolher o líder por “aclamação”, como ocorria no passado.
A derrocada da união da bancada evangélica
- A Frente Evangélica do Congresso é composta por 219 deputados e 26 senadores.
- Até o final de 2022, os líderes eram escolhidos por aclamação, ou seja, nunca houve uma votação para o coordenador da bancada.
- No fim de 2022, os deputados Silas Câmara (Republicanos-AM) e Eli Borges (PL-TO) não chegaram a um acordo sobre quem seria o líder do grupo.
- Para evitar uma disputa no voto, ficou decidido que ambos revezariam a presidência em 2023 e 2024, com cada um ficando no cargo por seis meses. E assim foi feito.
- Agora em 2025, a bancada segue com a chance de ter que realizar uma eleição inédita para escolher seu líder.
Por trás da disputa pelo comando da bancada está a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares bolsonaristas vêem o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) como alguém com abertura com o Palácio do Planalto, enquanto enxergam em Gilberto Nascimento (PSD-SP) uma figura mais ligada ao ex-presidente.
Ao Metrópoles, de Paula avaliou como “difícil” um possível acordo entre os candidatos para evitar que a bancada tenha que realizar uma votação. O parlamentar admitiu que defende um diálogo com o governo Lula, mas “sem abrir mão” dos princípios que guiam o grupo.
O atual coordenador da bancada evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), disse que “sempre há possibilidade de entendimento” e que vai trabalhar para que um acordo seja construído.
“Quanto a possibilidade de entendimento, sempre existe. E Vamos trabalhar muito para que isso aconteça, até porque a decisão será na última quarta-feira de fevereiro”, declarou Câmara.