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Divórcios grisalhos crescem 28% em duas décadas no Brasil


Nas últimas duas décadas, o número de divórcios entre pessoas com mais de 50 anos aumentou 28%, superando o crescimento das separações entre casais mais jovens, de 22%, segundo o IBGE. Atualmente, mais de 25% dos divorciados têm mais de 50 anos. Esse fenômeno, conhecido como “divórcio grisalho”, reflete mudanças sociais, como o aumento da expectativa de vida e a maior independência financeira das mulheres.

A especialista em direito de família, Margareth Zanardini, aponta que o divórcio extrajudicial, feito em cartório, pode não ser a melhor escolha em muitos casos. “Quando há pensão alimentícia, especialmente a chamada ‘in natura’, em que o pagamento é feito em bens ou serviços, o divórcio extrajudicial pode ser desvantajoso. Além disso, planos de saúde não são obrigados a reconhecer acordos extrajudiciais, o que pode causar complicações”, afirma.

Outro ponto destacado pela advogada é a pressão que muitos pais idosos podem sentir para dividir bens com os filhos durante o divórcio.

“É importante lembrar que não existe herança de pessoa viva. Os pais, mesmo após o divórcio, têm pleno direito de dispor de seus bens como quiserem, independentemente da vontade dos filhos”, afirma.

Com o aumento das separações na terceira idade, Margareth Zanardini reforça que decisões relacionadas ao divórcio devem ser tomadas com cautela, garantindo que os direitos de ambas as partes sejam respeitados.

“O divórcio grisalho traz desafios específicos e, por isso, é essencial contar com orientação jurídica que atenda tanto os aspectos legais quanto às questões emocionais envolvidas”, conclui Zanardini.


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