Encontro de Xi Jinping com criador da Alibaba pode…
A participação do presidente chinês, Xi Jinping, nesta segunda-feira, 17, em um evento com a alta elite do empresariado da tecnologia do país foi vista com euforia por analistas e pela comunidade internacional. Foi o primeiro grande encontro do líder comunista com os representantes do setor – incluindo o fundador da Alibaba, Jack Ma, que andava sumido por razões que envolvem o próprio Xi – desde que o país fechou o cerco regulatório a essas empresas após a crise financeira pós-Covid, em 2020.
O encontro seria um sinal de reaproximação do governo chinês com o setor privado, não à toa em um momento em que crescem as tensões com os Estados Unidos, com os novos “tarifaços” do presidente Donald Trump, e em que a China precisa buscar novos modelos de crescimento enquanto sua economia sofre uma desaceleração paulatina. Também não é coincidência o interesse de Xi pelos compatriotas da tecnologia logo depois do fenômeno do DeepSeek, a surpreendentemente barata nova ferramente de inteligência artificial chinesa que fez sucesso rápido após seu lançamento em janeiro e chacoalhou o tabuleiro mundial da atual corrida tecnológica na busca pelos algoritmos capazes de pensar sozinhos.
“Há um entendimento tácito de que o governo chinês precisa das empresas privadas para que consiga rivalizar com os Estados Unidos, e o governo não tem outra chance além de apoiá-las caso queira algum sucesso nessa competição”, disse à agência de notícias Reuters Christopher Beddor, vice-diretor de pesquisa sobre a China na consultoria Gavekal Dragonomics, em Hong Kong.
Além de Jack Ma, da Alibaba, também participaram do petit comite com o chefe do Partido Comunista os CEOs da Huawei, da BYD e da Xiomi, entre outros. Em sue discurso aos empresários, Xi Jinping disse que “as empresas privadas floresceram junto com o grande processo de reforma e abertura” e que “a iniciativa privada do país agora tem uma escala considerável e representa um peso grande, com uma base sólida ter um desenvolvimento de alta qualidade”, de acordo com informações da agência estatal de notícias Xinhua.
Jack Ma, dono do Ant Group, braço financeiro da gigante do comércio eletrônico Alibaba, havia desaparecido das aparições públicas desde que a abertura de capital do Ant Group na bolsa chinesa, prevista para ser o maior IPO do mundo, foi cancelada pelo governo chinês às vésperas da data prevista para o lançamento das ações, em novembro de 2020. Em um discurso feito à época, e que teve ampla repercussão na mídia internacional, Ma havia havia criticado as dificuldades aos negócios geradas pela burocracia chinesa.
Dali em diante, o governo chinês deu início a uma série de apertos regulatórios às companhias privadas do país, concorrentes naturais dos vastos negócios estatais chineses. O próprio Ant Group, uma empresa de tecnologia de pagamentos, teve que se reformular, mudando seu registro para um banco e, com isso, se sujeitando às regras específicas para o setor financeiro na China.