Entenda anulação de paternidade de Cravinhos, concedida pelo STJ
Os ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram, por unanimidade, manter a anulação de paternidade de Cristian Cravinhos, condenado pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, promovido pelo próprio filho. O julgamento durou cerca de cinco minutos.
Durante o julgamento, a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, destacou que o fato de Cravinhos ter cometido um crime não implica, por si só, na anulação de paternidade, mas que a ausência de vínculo socioafetivo entre pai e filho nos últimos 25 anos demonstra “quebra de deveres do cuidado do genitor para com o filho”.
Entenda o caso
- À época do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, o filho de Cravinhos tinha 3 anos.
- No processo, o jovem pediu a dissolução da paternidade e diz ter “vergonha” do pai.
- Em 2009, o rapaz conseguiu mudar seu sobrenome na Justiça. Agora enfrenta batalha judicial para revogar qualquer vínculo jurídico com Cristian Cravinhos.
Ainda segundo a relatora, o abandono afetivo e material do filho por parte de Cravinhos e o constrangimento sofrido, causado pela grande repercussão do crime cometido pelo pai, foram comprovados durante o processo.
“Deixei de mencionar, aqui, os fatos de bullying que ele passou na escola e de quantas escolas ele teve que mudar depois que o fato criminoso aconteceu”, finalizou a ministra Nancy Andrighi. Neste momento, ao fundo foi possível escutar um dos ministros afirmar: “Coitado”.
A extinção do vínculo paterno já havia sido autorizada pela Justiça do Paraná, mas Cravinhos recorreu ao STJ.
Regime aberto
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) se manifestou, em janeiro, contra a progressão de pena de Cristian Cravinhos ao regime aberto.
A manifestação, assinada pelo promotor Gustavo José Pedroza Silva, aponta que Cravinhos ainda apresenta “traços disfuncionais de personalidade, caracterizados por rigidez emocional e controle excessivo”, de acordo com exame psicológico que avalia a personalidade, feito por ele.
Cristian Cravinhos demonstra dificuldade, ainda, em lidar com as emoções de forma espontânea, optando predominantemente por estratégias de racionalização e distanciamento emocional, lista a manifestação assinada pelo promotor Gustavo José Pedroza Silva.