Escritório de advocacia Riedel comemora 65 anos de atuação
Maiara Marinho
redacao@grupojbr.com
O escritório de Advocacia Riedel comemorou, na noite de ontem (10), o aniversário de 65 anos de atuação. Foi realizado um seminário que abordou a advocacia em três tempos – trabalhista, administrativo e previdenciário, um símbolo que marca as três gerações da família Riedel na atuação jurídica. Em seguida, um coquetel comemorativo fechou a noite entre amigos, clientes, colaboradores e algumas personalidades do mundo jurídico e da sociedade brasiliense.
Em um auditório para 250 pessoas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a primeira geração da história do escritório estava presente na primeira fileira. Ulisses Riedel, de 91 anos, com um passado carregado de Brasil, logo se empolgou para contar sobre sua contribuição para os direitos trabalhistas.
Na década de 50, Ulisses começou a faculdade na Universidade Mackenzie, em São Paulo, mas logo se transferiu para o Rio de Janeiro, onde concluiu Direito na Faculdade de Ciências Jurídicas. Em 1959, o primeiro passo dessa história foi dado com a abertura do escritório no Rio de Janeiro.
Após 12 anos de atuação na capital carioca, o nome da empresa já estava consolidado. Com poucas referências na atuação trabalhista em âmbito nacional, o escritório era contratado por dezenas de sindicatos. Dez anos após a inauguração de Brasília e com os Tribunais instalados na nova capital do Brasil, em 1971 foi feita a transferência do escritório Riedel para Brasília, no mesmo ano da chegada do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em terras candangas. Na época, poucos advogados quiseram vir para cá.
“Eu advogava praticamente em casa porque minha clientela estava toda no Rio de Janeiro, em São Paulo, Rio Grande do Sul”, relatou Ulisses Riedel sobre sua chegada em Brasília. Em pouco tempo, lembrou, ele contratou o advogado Rio Branco Paranhos, momento em que começou a expandir o escritório no Distrito Federal. “Nós chegamos a ter, em um momento, mais de 60% dos processos em curso no TST”, contou.
Apesar de notar que era vigiado durante a Ditadura Civil-Militar, em seu entendimento, o fato de advogar para muitas pessoas o livrou da perseguição e censura. “Eu tinha uma posição para o restabelecimento da democracia”, contou. Por isso, atuava na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com a chegada da redemocratização, o anúncio de uma nova Constituição Federal empolgou representantes de todos os cantos do Brasil.
“Então, pude perceber que eu poderia fazer alguma coisa mais significativa”. A partir desse momento, Ulisses reuniu advogados de várias regiões do Brasil e criou o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) para prestar assistência às entidades sindicais em relação ao andamento de projetos de lei e estudos legislativos do interesse da classe trabalhadora junto aos Poderes da República, em 1983.
Em 1987, o DIAP apresentou a Emenda Popular sobre os Direitos dos Trabalhadores na Assembleia Nacional Constituinte. Após debates no Congresso Nacional e a perda de alguns incisos, o texto foi aprovado e os direitos referentes ao trabalho e ao trabalhador entraram na Constituição de 1988.
As gerações seguintes ampliaram a atuação do escritório para o Direito Administrativo, com a expansão do serviço público, e, a partir de 2006, com a terceira geração, a inserção das áreas previdenciária, tributária, criminal e penal. Atualmente, 50 advogados e quase 100 colaboradores compõem a equipe.
“Nos últimos anos buscamos profissionalizar nossa administração, mas sim, somos um escritório familiar. Meu pai e meus tios seguiram a carreira do meu avô e mantivemos o escritório”, contou Thais Riedel, 43 anos, advogada na área do Direito Constitucional. “É muito gratificante ver que estamos, há 65 anos, ajudando a garantir direitos aos nossos clientes. E entendemos que isso, o direto, é o que as pessoas têm de mais importante e, por isso, temos muita responsabilidade”, explicou Thais.
O evento foi um momento de celebração e, de certa forma, de resgate da memória da evolução dos direitos no Brasil. Assim como, refletir sobre a atuação jurídica e a importância dele para a sociedade e para a democracia.