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Flávio Bolsonaro acusa grupo da PF de perseguição política; Lewandowski defende autonomia da corporação

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, defendeu nesta terça-feira (3) a autonomia da Polícia Federal (PF) após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusar parte da instituição de praticar “perseguição política”.

“Hoje há um pequeno grupo dentro da PF, escolhido a dedo por um ministro do Supremo, para perseguir não só Bolsonaro, mas parlamentares que fazem oposição ao atual governo”, disse o senador em sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado sem citar nomes.

De acordo com Flávio, a instituição estaria sendo usada para perseguir opositores do governo e seu pai, e que isso estaria “destruindo a imagem da Polícia Federal”. “Sei que o senhor [Lewandowski] não concorda com uso do aparato público para perseguição política”, continuou.

Jair Bolsonaro foi indiciado três vezes pela PF. Os indiciamentos se dividem entre o inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, envolvimento no caso das joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos, e por supostamente fraudar seu cartão de vacina contra Covid-19.

“Nossa Polícia Federal é uma polícia republicana, de excelência, respeitada no mundo todo”, respondeu Lewandowski, citando o delegado da PF Valdecy Urquiza, que tomou posse em novembro deste ano como secretário-geral da Interpol, a rede internacional de polícias.

“Pode ter certeza que os inquéritos dirigidos são desenvolvidos com técnica e sobriedade, sem viés políticos”, disse o chefe da pasta de Justiça. Afirmou ainda que as investigações da instituição são feitas com técnica, sobriedade e independência. “Polícia tem autonomia. Trabalha de forma independente”, completou o ministro.

Esclarecimentos ao Congresso

Ricardo Lewandowski compareceu às comissões da Câmara e do Senado nesta terça-feira para discutir medidas do ministério da Justiça e da Polícia Federal.

Desde que tomou posse, foi a primeira vez que o ministro foi ouvido pelo Senado. Na Casa Legislativa, os senadores Sergio Moro (União-PR) e Sérgio Petecão (PSD-AC), esse último presidente do colegiado, enviaram o pedido para que Lewandowski comparecesse.

Lewandowski dirige hoje a pasta que era ocupada por Flávio Dino, que foi indicado para compor a corte Supremo Tribunal Federal (STF).

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