Funcionários do governo de Assad se preparam para desertar Damasco, dizem rebeldes
Rebeldes sírios afirmam que altos funcionários do regime de Assad estão se preparando para desertar para o lado deles na capital Damasco, enquanto continuam avançando rapidamente.
“Um grupo de altos funcionários do regime e oficiais na capital, Damasco, está coordenando conosco para garantir sua deserção”, disse o tenente-coronel Hassan Abdul Ghani, porta-voz do Comando de Operações Militares, em uma declaração no sábado à noite.
“Isto gerou um clima de desconfiança entre os líderes militares do regime, com acusações de traição e colaboração com os revolucionários”, acrescentou.
A CNN ainda não conseguiu verificar essa alegação.
Relembre
O Comando de Operações Militares, a aliança rebelde da Síria, foi formado há pouco mais de uma semana, mas seu progresso tem sido rápido. Após capturar Aleppo na semana passada, suas forças tomaram Hama na quinta-feira (5) e, no sábado (7), afirmaram ter entrado em Homs, enquanto avançam pela principal estrada, que leva à capital Damasco.
Enquanto isso, a capital está cada vez mais cercada por grupos rebeldes do sul, que lançaram sua ofensiva na sexta-feira (6), mas já varreram grande parte do campo do sul. Mais cedo, no sábado, os rebeldes do sul disseram ter alcançado “os portões” de Damasco.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.