Política

G20 chega a consensos mesmo com Milei resistente a bandeiras de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa o segundo e último dia da Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, com vitória parcial. O governo argentino, comandado por Javier Milei, aceitou assinar a Declaração de Líderes e a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, apesar de se opor a pautas do governo brasileiro.

Lula defende taxação de 2% dos super-ricos, pessoas que declaram ter mais de US$ 1 bilhão. Isso representa apenas 100 pessoas na América Latina, por exemplo, mas seria um ganho de mais de US$ 40 bilhões por ano para o Brasil investir em políticas públicas contra a desigualdade e para uma transição energética. “(A fome) é produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade”, disse Lula em seu discurso, na segunda-feira (18/11).

Em contrapartida, Milei deu declaração pouco aplaudida ao dizer que o capitalismo seria a única ferramenta para acabar com a fome, a pobreza e a miséria no mundo.

Milei é pessoalmente contra a taxação dos super-ricos. Além disso, já se manifestou anteriormente contra textos de documentos da ONU que colocam a igualdade de gênero como um objetivo a ser alcançado pelas nações.

Mudança na presidência

Já são 82 países que aderiram à Aliança Global, contando com a Argentina. Lula lidera a iniciativa e está alinhado com o chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, próximo presidente do grupo.

O G20 reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.

Lula e Ramaphosa passaram a segunda-feira em reuniões. As duas principais pautas foram as maneiras de financiar a preservação ambiental e a taxação dos super-ricos.

Durante o encerramento do G20, vai acontecer a cerimônia de transmissão da presidência do Brasil para a África do Sul. Na sequência, está programado almoço para os líderes. Por fim, Lula ainda deve participar de reuniões bilaterais.

O presidente chinês, Xi Jinping, continuará no Brasil mesmo após o encerramento da Cúpula. Ele vai se encontrar com Lula em Brasília (DF).

Texto final e guerras

Entre os pontos que mais geraram discordância para o texto final do G20 estão as guerras na Ucrânia e em Israel.

Os dois casos acabaram entrando na redação final da Declaração de Líderes, mas sem um posicionamento objetivo sobre as ações militares da Rússia e de Israel.

A carta final saúda todas as iniciativas construtivas que apoiam paz abrangente. Além disso, defendeu a existência de um estado palestino ao lado do estado de Israel e citou os sofrimentos e impactos negativos causados pelos dois conflitos.

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