GDF anuncia programa Vai de Bike e prevê malha cicloviária com mais de mil km
Afonso Ventania
Bikerrepórter
O Governo do Distrito Federal ouviu as reinvindicações dos ciclistas e lançará nesta sexta-feira (20/09), o programa Vai de Bike com o objetivo de ampliar a malha cicloviária e interligar as ciclovias existentes para oferecer uma rede estruturada e garantir a segurança de quem pedala na capital federal. Atento às sugestões de ciclistas e entidades de mobilidade ativa, o governo decidiu criar um projeto amplo e estratégico para estimular o uso da bicicleta e interligá-la aos demais modais de transporte, sobretudo, o ônibus e o metrô. O lançamento do programa está previsto para às 10h30, na ciclovia do Pistão Sul, em Taguatinga, com a presença do governador Ibaneis Rocha.
O Vai de Bike é desenvolvido em parceria de diversos órgãos do GDF, sob a supervisão da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), responsável pelo planejamento e mapeamento das áreas com maior necessidade, e coordenação da Secretaria de Obras (SO). Os projetos serão elaborados pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e a execução das obras ficará sob a responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e da Novacap.
Com investimentos de R$ 122,8 milhões, a meta é construir 325 km de ciclovias, revitalizar 400 km, instalar mil paraciclos em todo o DF e conectar os trechos cicloviários, sendo a última, uma antiga demanda dos usuários. “A bicicleta é um importante meio de transporte porque é sustentável, economicamente mais viável e, por essas razões, vem ganhando protagonismo no planejamento urbano. E o governo reconhece essas vantagens e precisa oferecer uma infraestrutura que inclua a bicicleta no compartilhamento com o transporte público e garanta ao ciclista chegar com segurança às estações de metrô e aos pontos e terminais de ônibus”, explica o secretário Zeno Gonçalves, titular da Semob.
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O Distrito Federal possui atualmente 687,12 km de ciclovias e ciclofaixas em 30 regiões administrativas. Em números totais, fica apenas atrás de São Paulo, que tem população quatro vezes maior e cerca de 800 km do modal. Segundo o gestor público, até 2026, o DF chegará a 1.012, 52 km de ciclovias e se tornará a capital com a maior malha cicloviária do país. “Todo o estudo é feito ao mesmo tempo em que estamos atualizando o Plano Diretor de Transporte Urbano e também o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável que tem um olhar especial para essa modalidade de deslocamento”, acrescenta.
Zeno Gonçalves adianta ainda que, nesse contexto, a Semob está atualizando a pesquisa Origem – Destino para entender como as pessoas se deslocam e como utilizam os modais de transporte. “A partir daí, todo o planejamento derivado é sobre como poderemos conectar as ciclovias até o acesso ao transporte público e isso é fundamental para construirmos uma cidade amiga da bicicleta, mais sustentável e economicamente viável. Não se trata apenas de fazer obras de ciclovia, mas de um programa de mobilidade ativa para o DF”.
Para o antecessor de Zeno Gonçalves na Semob e atual secretário de Obras, Valter Casimiro, o Vai de Bike pode incentivar as pessoas a trocarem os carros pelas bicicletas e, assim, adotarem uma rotina mais saudável com a consequente redução de congestionamentos. “Por meio do programa vamos interligar as ciclovias levando conforto e segurança aos usuários e, ao mesmo tempo, incentivando que muitos deixem os carros na garagem”, diz.
As três fases do Vai de Bike
O programa Vai de Bike foi organizado em três fases de planejamento.
1ª Fase
A primeira fase já está em andamento e inclui as obras que estão sendo executadas pelo DER e os projetos da Seduh, coordenadas pela SO. As obras do DER somam 55,1 km de ciclovias, com os trechos do Pistão Sul (8,8 km), da Hélio Prates (6km), da ESPM (3,6 km) e da EPIG (3,6 km), ligação Guará – Bandeirante (1,8 km), DF-140 (14 km), DF-220 no Lago Oeste (15,5 km) e ligação Esaf – Ponte JK (1,8 km).
Os trechos de conexão da malha cicloviária somam 7,3 km e são projetos desenvolvidos pela Seduh e SO. Os investimentos são de R$ 2,9 milhões. Os trechos previstos ficam na ligação Taguatinga – Samambaia (1,3 km), W3 Sul – Norte (2,2 km), ciclovia S3 L1 Sul (1,3 km), UnB/L2/L3 Norte (1,8 km), na W5 às margens do Colégio Militar e próximo ao Uniceub (550 metros).
O projeto do trecho de ligação no Uniceub, na ciclovia da W4/W5 Norte, foi desenvolvido pela Seduh a pedido da Semob. A requalificação do local inverte a posição dos estacionamentos, que deixam de ser internos na calçada (pequenos bolsões) e os veículos motorizados passarão a estacionar com a traseira para a avenida, em 45 graus. Além da construção do trecho de ciclovia, haverá o alargamento da calçada com acessibilidade. Segundo a Semob, o piso da ciclovia entre as quadras 710 e 714 Norte passará por recuperação.
2ª Fase
Os investimentos da segunda fase são de R$ 82,4 milhões, com 25 projetos da Semob e do DER que somam 153,2 km e estão previstas para serem executadas a partir de 2025. Obras serão feitas em trechos da EPIA Sul e Norte, Samambaia, Taguatinga, Ceilândia, Plano Piloto, Sudoeste, Octogonal, Planaltina, Sobradinho, Guará, SAI, Varjão, Lago Sul/Norte, Brazlândia e São Sebastião.
3ª Fase
A última parte do programa terá início em 2026 e prevê projetos futuros que somam 109,8 km de ciclovias com investimentos de R$ 37,4 milhões. As obras estão previstas em vias urbanas e rodovias nas seguintes regiões administrativas; Samambaia, Taguatinga, Vicente Pires, Riacho Fundo II, Setor Militar Urbano, Lago Sul e SCIA, além de trechos da EPNB e EPIA.