Governo tenta atrair religiosos com programas sociais
Ações e programas nas áreas de educação e economia entraram no radar do governo como meios de destravar resistências do público evangélico ao governo.
De acordo com fontes do Palácio do Planalto, os temas dialogam diretamente com a necessidade desse eleitorado.
O Acredita, lançado em São Paulo nesta sexta-feira (18), surge como exemplo de iniciativa para tentar diminuir a resistência de evangélicos e impulsionar candidaturas no segundo turno nas eleições municipais.
O programa oferece crédito às famílias em situação de vulnerabilidade inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). O Acredita virou lei neste mês.
Essa será uma das vitrines que Lula junto ao eleitorado paulistano em compromissos de campanha com Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato a prefeitura de São Paulo.
O petista terá os últimos compromissos com Boulos, neste fim de semana, em busca de melhorar os índices do candidato à prefeitura paulistana.
Projetos como esse são citados por integrantes do governo como ações complementares para melhorar diante do eleitorado evangélico.
A última pesquisa Genial/Quaest, de julho, indica que a avaliação negativa do governo entre evangélicos tem diminuído. Em maio deste ano, 42% dos evangélicos tinha avaliação negativa do governo. Hoje, esse número caiu para 39%.
Já em março, ainda segundo a Genial/Quaest, avaliação negativa estava em 48%, 12 pontos à frente do resultado de dezembro.
Pesquisas internas do governo mostram que o eleitorado evangélico tem maioria mulher, com renda de um a três salários mínimos. Nesse público, as principais preocupações são segurança, educação e renda.
Para os interlocutores do presidente, entre essas mulheres, projetos como o Acredita, refletem a possibilidade de ascensão econômica e dialogam com pequenos negócios e microempreendedores digitais.
Já projetos que incentivam a formação escolar, para ministros, tem resultado porque sanam a preocupação das mães com segurança e alimentação dos filhos estudantes.
Nesta semana, Lula anunciou investimentos para aumentar a oferta de escolas em tempo integral na Bahia, além da ampliação do Pé-de-meia, programa de poupança para alunos do ensino médio.
Dia Nacional da Música Gospel
Para interlocutores de Lula, apesar do pouco efeito prático, o encontro que sancionou o Dia Nacional da Música Gospel, na terça-feira (15), tem capacidade de avançar no eleitorado religioso.
A avaliação é que a reunião de evangélicos no gabinete presidencial repercutiu positivamente. Um dos motivos foi a presença do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ). Parlamentar e líder evangélico, Otoni já apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas demonstra ter mudado de lado, já que, neste encontro, elogiou o presidente e pediu ‘aproximação sem reservas’ com evangélicos.
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