Saúde

Hábito de beber refrigerante aumenta risco de derrame, mostra estudo

Cientistas da Suécia que estudam a relação entre o consumo de açúcar com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares descobriram que beber refrigerante regularmente aumenta o risco de derrame, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial. Por outro lado, comer uma fatia de bolo ou um chocolate ocasionalmente pode ser benéfico para o coração. O trabalho científico foi publicado na revista Frontiers in Public Health.

“A descoberta mais marcante do nosso estudo é a relação divergente entre diferentes fontes de açúcar e o risco de doença cardiovascular. Esse contraste surpreendente destaca a importância de considerar não apenas a quantidade de açúcar consumida, mas sua fonte e contexto”, afirma a pesquisadora da Universidade de Lund e principal autora do estudo, Suzanne Janzi, em comunicado à imprensa.

Doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Elas se desenvolvem ao longo do tempo, afetando o coração e os vasos sanguíneos.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças são: tabagismo, colesterol alto, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes. Alguns estudos mostram evidências limitadas sobre o impacto da ingestão de açúcar em doenças cardiovasculares.

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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticas

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Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles

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Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros

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Imagem ilustrativa de pessoa com dor no peito

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A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga

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O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.

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Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.

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A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpo

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Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicada

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Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomas

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Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coração

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Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da mente

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Os pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, avaliaram dados de saúde de 69.705 adultos de meia idade para entender a relação entre o consumo de diferentes fontes de açúcar e o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Os participantes estavam inscritos em dois bancos de dados suecos voltados para saúde. Eles responderam questionários sobre os hábitos alimentares em 1997 e 2009 e foram acompanhados até 2019.

Os cientistas separaram os alimentos de acordo com quantidade e tipo de açúcar que eles possuem como, por exemplo, cobertos com mel, guloseimas e bebidas adoçadas (como refrigerantes). Em seguida, eles monitoraram a ocorrência de derrames, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, aneurismas aórticos, fibrilação atrial e estenose aórtica.

Ao final do período de acompanhamento, 25.739 voluntários haviam sido diagnosticados com ao menos uma doença cardiovascular. Os pesquisadores descobriram que consumir refrigerante era pior para a saúde do que qualquer outra forma de açúcar.

Beber mais bebidas adoçadas aumentou significativamente o risco de acidente vascular cerebral isquêmico, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e aneurisma da aorta abdominal em participantes com índice de massa corporal (IMC) normal.

Os pesquisadores ficaram surpresos ao observar que consumir doces ocasionalmente foi associado a melhores resultados do que não consumir nenhuma guloseima. Os maiores riscos de um resultado negativo para a saúde surgiram na categoria de menor ingestão de doces.

Por se tratar de um estudo observacional, os cientistas não conseguiram estabelecer a causalidade dos resultados, mas eles acreditam que a ingestão extremamente baixa de açúcar pode não ser necessária ou benéfica para a saúde cardiovascular.

O contexto importa

Janzi chama atenção para o contexto em que as fontes de açúcar são consumidas. Os refrigerantes normalmente não dão saciedade, então as pessoas tendem a consumir um volume muito maior de “açúcar líquido” do que se comesse um doce de padaria com “açúcar sólido”, por exemplo.

Além disso, as guloseimas são menos frequentes na rotina das pessoas do que os refrigerantes. “O contexto importa. Guloseimas são frequentemente apreciadas em ambientes sociais ou ocasiões especiais, enquanto bebidas adoçadas podem ser consumidas com mais regularidade”, aponta a pesquisadora.

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