Lula promete agenda negociada com Câmara e Senado
O Congresso realizou nesta segunda-feira (3) a primeira sessão do ano. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, representou o governo durante o evento.
Em comunicado, a Presidência da República afirmou que o foco dos próximos dois anos será na educação e na economia. E exaltou os resultados da gestão até aqui – inclusive no controle da inflação, que estourou o limite da meta no ano passado.
Logo depois, Hugo Motta, o novo presidente da Câmara, se reuniu com os líderes partidários pela primeira vez desde que assumiu o cargo. O objetivo do encontro era definir a prioridade da casa no primeiro semestre.
Nos próximos dias, o grupo precisa indicar os integrantes das comissões temáticas. Em seguida, os deputados vão eleger a mesa diretora de cada uma delas. Os partidos com as maiores bancadas têm prioridade na escolha.
A mudança na cúpula do Congresso Nacional coincide com a articulação do Planalto, que negocia com os líderes da base uma reforma ministerial.
A expectativa é de que o Centrão ganhe ainda mais espaço na Esplanada. Ainda assim, não há, por enquanto, garantias de que o movimento se traduza em apoio consistente nas votações da Câmara ou do Senado.
Pela manhã, Lula, Davi Alcolumbre e Hugo Motta se reuniram no Palácio do Planalto, exaltando a colaboração entre os poderes.
“A Câmara dos deputados, penso eu também que o Senado Federal, o Congresso Nacional, estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o país”, afirmou Hugo Motta.
Já o presidente Lula parabenizou a dupla. E disse que vai trabalhar em parceria com o Congresso para coordenar uma agenda comum aos poderes.
“Eu jamais mandarei pro Senado ou para a Câmara um projeto que seja de interesse pessoal do presidente Lula ou de um partido político. Todos os projetos que nós enviaremos para o Congresso – Senado e Câmara — serão projetos de interesse vital para o povo brasileiro”, disse Lula.
Apesar do discurso de união, o governo vai enfrentar um Congresso disposto ao combate pelos próximos dois anos. Os dois novos presidentes já sinalizaram que vão atuar para manter a influência do legislativo sobre a execução do orçamento público.
Na cerimônia de abertura desta segunda-feira, Alcolumbre deixou claro que o Congresso não vai abrir mão da execução das emendas parlamentares.
“A recente controvérsia sobre emendas parlamentares ao orçamento ilustra a necessidade de respeito mútuo e diálogo contínuo. As decisões do Supremo Tribunal Federal devem ser respeitadas, mas é igualmente indispensável garantir que este parlamento não seja cerceado em sua função primordial de legislar e representar os interesses do povo brasileiro, inclusive, levando recursos e investimentos a todas as regiões do Brasil”.