Maioria acredita que houve tentativa de golpe em 2022; 38% não creem
Levantamento feito pela Genial/Quaest, divulgado ontem, afirma que 51% dos entrevistados acreditam que houve uma tentativa de golpe por parte de militares e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Outros 38% disseram não acreditar.
Em novembro, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e mais 33 investigados nas Operações Tempus Veritatis e Contragolpe.
O plano seria manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições 2022. A suspeita da PF é que a investida da “organização criminosa” previa o assassinato do presidente Lula, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O relatório está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República.
A pesquisa da Quaest ouviu 8.598 entrevistados com 16 anos ou mais, entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro é de 1 ponto porcentual, com nível de confiança de 95%.
Polarização
Conforme o levantamento, entre eleitores de Lula, no segundo turno da eleição presidencial de 2022, a porcentagem de pessoas que acreditam que houve uma tentativa de golpe é maior, de 61% – já 28% não acreditam em plano de ruptura institucional.
Já entre os que votaram em Bolsonaro, 39% acreditam que havia uma trama orquestrada nos altos escalões do governo, com envolvimento de militares. Já 51% dos entrevistados que optaram pela reeleição do ex-presidente não acreditam numa conspiração para o golpe.
Entre os que votaram branco, nulo ou não votaram a crença numa trama golpista envolvendo oficiais de alta patente das Forças Armadas e o ex-presidente da República é de 46%. Outros 39% não acreditam em tentativa de golpe.
Estadão Conteúdo