MDB se fortalece e pode demandar candidatura a vice em 2026, diz Lavareda
O cientista político Antonio Lavareda avalia que o desempenho positivo do MDB nas eleições municipais fortalece o partido e pode levá-lo a demandar uma candidatura à vice-presidência nas eleições de 2026.
Lavareda destaca a posição estratégica do partido, que participa tanto do governo federal quanto da administração de São Paulo.
Segundo o especialista, embora o MDB evite discutir publicamente as eleições de 2026 neste momento, é provável que o assunto seja abordado internamente no final de 2025.
“Se pudessem, eles deixariam para tratar disso só em junho de 2026, mas como a eleição presidencial começa efetivamente no final do ano anterior, vão precisar falar antes””, explica.
Fortalecimento do MDB e possíveis candidaturas
O cientista político ressalta que a vitória do MDB, especialmente em São Paulo com a reeleição do prefeito Ricardo Nunes, fortalece a posição do partido.
Lavareda menciona que alguns quadros do MDB já demonstram interesse em ocupar uma eventual candidatura à vice-presidência na chapa de Lula em 2026.
“Um governador já está candidatíssimo a isso, que é Helder Barbalho, do Pará, que também fez um trabalho nessas eleições municipais digno de nota, não só em Belém, mas no estado do Pará como um todo”, afirma.
Análise do cenário eleitoral
Lavareda também chama a atenção para o alto índice de reeleição nas eleições municipais de 2024. Segundo ele, 80% dos 20 prefeitos candidatos nas capitais foram reeleitos, a segunda maior taxa da história. Além disso, o Brasil registrou a maior taxa de reeleição em eleições municipais, com 81% dos prefeitos se reelegendo.
“2024 é sobretudo o ano dos incumbentes, o ano da reeleição”, destaca o cientista político. Ele ressalta que, embora as análises políticas sejam importantes, muitos dos resultados foram construídos em 2020.
Lavareda conclui sua análise observando que a força do ex-presidente Bolsonaro nesta eleição municipal é “retardatária”, pois deveria ter se expressado em 2020, quando ele não participou efetivamente do pleito.
O cientista político aponta que, paradoxalmente, em 2020 Bolsonaro tinha um partido, mas não queria falar com o presidente, enquanto em 2024 ele queria falar, mas não podia devido a restrições legais.