Política

Menino morto aos 3 anos gritava muito e faltava na creche, diz vizinha

De acordo com uma vizinha da criança de 3 anos que morreu após agressões na Zona Oeste do Rio, era comum ouvir gritos do menino. Segundo ela, a criança também ficava trancada e passava dias sem comparecer a creche.

A criança morreu nessa quinta-feira (12/9) depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. O menino chegou a ser levado ao hospital, com diversas lesões e hematomas, mas não resistiu. Segundo a equipe médica e a polícia, também há a suspeita de abuso sexual, já que foi constatado um alargamento do ânus.

Daniel Alves Brasil e Laryssa Bezerra Aguiar, padrasto e a mãe da criança, respectivamente, foram presos em flagrante, nessa quinta-feira (12/9), por tortura com resultado morte, sem direito à fiança.

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Segundo testemunhas, mãe sabia das agressões contra o filho

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Padrasto foi preso em flagrante por tortura e homicídio

Reprodução

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Segundo testemunhas, mãe sabia das agressões contra o filho

Reprodução/TV Globo

Argumentou afogamento

Foi a vizinha quem viu que o menino estava desmaiado e gritou com o padrasto. Em uma tentativa de argumentar, Daniel Alves Brasil disse que o garoto tinha se afogado em uma bacia enquanto tomava banho.

De acordo com a mulher, ela disse ainda que já tinha visto o suspeito beijar a boca da criança. Segundo os depoimentos, a mulher sabia das agressões e nada fazia.

Diversas lesões

Ao dar entrada no hospital, o menino tinha marcas roxas na cabeça, na mandíbula e na virilha, lesões no queixo, além do ânus dilatado. Os médicos tentaram ressuscitá-lo durante 30 minutos, mas não foi possível.

Um exame de corpo delito será feito no Instituto Médico Legal para determinar a causa da morte.

O homem teria tentado fugir do posto médico enquanto a polícia não chegava.

“As lesões são evidentes e o relato do padrasto não era compatível. O que chamou atenção foi a quantidade e intensidade dos ferimentos. Em uma breve análise podemos verificar que ele tinha hematomas, lacerações, e pela coloração contatamos que as marcas tanto eram recentes quanto antigas, então tinha um espancamento constante”, disse o delegado Ricardo Barboza ao g1.

Mais de 10 depoimentos foram colhidos pela polícia. Para o delegado, a criança sofria ainda violência psicológica.

“A sociedade falhou com essa criança, todos nós falhamos com essa criança porque ela precisava de um socorro e não teve. A tragédia emocionou muito os policiais, os médicos também. Todos temos familiares. Os médicos lamentaram que não conseguiram salvá-lo. Todos nós imaginamos o quanto essa criança sofreu”, disse o delegado.

Histórico criminal

Segundo a polícia, essa não foi a primeira prisão de Daniel. Ele já tinha sido preso em flagrante em 2019 por roubo e, depois, em 2022 por associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo.

Em sua primeira prisão, Daniel e mais um comparsa, que não foi localizado, teriam participado de um roubo a uma policial civil em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Enquanto a mulher tentava fugir, ela acabou batendo o carro em um ônibus, o que impediu que eles fugissem usando o veículo.

Ainda assim, celular e bolsa da vítima foram levados. Poucas ruas depois, Daniel foi preso em flagrante por PMs e reconhecido pela policial. Por esse crime, ele foi condenado a 6 anos em regime fechado.

Depois de sair da cadeia em um relaxamento de prisão, Daniel voltou a ser preso junto a outros dois homens em uma boca de fumo na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, em julho de 2022, ele foi flagrado com munição, drogas, celulares e uma moto roubada.

Daniel ficou preso por quase um ano, e saiu do presídio em maio de 2023, depois de um alvará de soltura, que foi expedido com a absolvição dos crimes.

Além disso, o homem é investigado em vários inquéritos policiais por violência doméstica e familiar contra mulher.

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