Moscas que vivem mais nos EUA podem se espalhar pelo mundo, diz estudo
O percevejo-lanterna manchado é nativo de partes da Ásia e foi encontrado pela primeira vez nos Estados Unidos há dez anos, no leste da Pensilvânia. Desde então, já se espalhou pelo Nordeste, Meio-Oeste e Sudeste do país, gerando preocupações sobre seu impacto nas plantas locais e na agricultura.
Só em 2020, os insetos invasores tornaram-se uma visão comum na cidade de Nova York. Kristin Winchell, professora assistente de biologia da NYU, que estuda ecologia e evolução em ambientes urbanos, não se surpreendeu.
Isso porque as cidades costumam abrigar invasores com maior frequência devido, por exemplo, ao clima e comércio. “As cidades tendem a ter invernos mais amenos, criando condições favoráveis para espécies que, de outra forma, só conseguiriam viver em climas quentes e tropicais,” explicou Winchell.
“Por fim, os ambientes urbanos não são muito acolhedores para muitas espécies nativas, resultando em uma comunidade ecológica degradada que cria oportunidades para novas espécies se estabelecerem,” afirmou.
Identificação
Devido às marcas distintivas em seus corpos e asas, o público aprendeu a reconhecê-los e relatá-los aos governos estaduais e plataformas de ciência cidadã.
Hannah Owen, da equipe de Winchell, analisou cerca de 20.000 fotos de percevejos-lanternas manchados no nordeste dos EUA e registrou as localizações e estágios de vida dos insetos para explorar os padrões de população e atividade.
Os padrões documentados na plataforma iNaturalist foram consistentes com o rápido crescimento desses insetos nos estados do nordeste nos primeiros anos da invasão.
Aspectos como a temperatura regional e características das áreas urbanas estavam associadas ao surgimento antecipado dos percevejos-lanternas manchados.
Ou seja, as temperaturas mais elevadas podem estar ajudando na disseminação desses insetos para o norte, alcançando regiões mais frias, anteriormente consideradas inadequadas para sua sobrevivência.