Saúde

Mudanças na rotina podem ajudar a tratar asma, diz especialista

A asma é uma doença crônica respiratória bastante comum: no mundo, a estimativa é de que 340 milhões de pessoas convivam com a condição. No Brasil, esse número é de 20 milhões, de acordo com Renato Miranda, pneumologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele e André Nathan, também pneumologista do Incor, são os convidados do “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” deste sábado (14).

No programa, os especialistas se juntam ao Dr. Roberto Kalil para falar sobre asma, seus sintomas, como pode ser diagnosticada e formas de tratamento e prevenção.

De acordo com Miranda, estima-se que uma em cada 250 mortes seja por asma. “No Brasil, este número, que já foi de três pessoas por dia, hoje está em sete pessoas que morrem de crise de asma todos os dias”, complementa. Nathan complementa que a poluição é um dos principais fatores de risco para episódios de crise.

“Poluição é uma tragédia, porque aquelas partículas muito pequenas que ficam em suspensão, principalmente nas cidades, tem muita fumaça e monóxido de carbono. Tudo isso é altamente inflamatório para o pulmão, mesmo para indivíduos que não tem asma”, afirma.

Diante disso, os especialistas recomendam que medidas caseiras e mudanças na rotina sejam adotadas como medidas complementares ao tratamento.

“O que é medida comportamental para asma? Primeiro, ter uma casa que é aquela casa do alérgico: não tem veludo, não tem cortina, sofá antigo, não tem travesseiro velho, que são coisas que acabam juntando poeira, pó, ácaro, mofo. Então, tem que ter essa higiene ambiental”, explica Nathan. Além disso, a prática de exercícios físicos traz benefícios comprovados.

O que é asma?

A asma é uma doença respiratória crônica caracterizada pela dificuldade para respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas costumam piorar à noite e nas primeiras horas da manhã, ou após atividade física, exposição a alérgenos, à poluição ambiental e diante de mudanças climáticas.

A condição pode se apresentar de maneira leve, moderada ou grave, de acordo com o grau da inflamação no pulmão. “Então, está todo mundo ali respirando ácaro, mofo e está tudo bem. O indivíduo que tem asma ele sofre mais com isso. O brônquio dele se fecha e fica mais difícil de respirar”, explica Nathan.

Segundo o especialista, a asma é mais comum de surgir na infância e há um forte componente genético por trás do seu desenvolvimento.

“Algumas estimativas apontam que, se um dos pais da criança tem asma, ele tem ao redor de 25% chance de ter asma. Se os dois têm, isso já vai para uns 50% pelo menos. Não quer dizer que a criança obrigatoriamente vai ter asma, mas tem uma chance maior”, esclarece Miranda.

Quais são os sintomas da asma?

Entre os principais sintomas da asma, estão:

  • Tosse seca;
  • Chiado no peito;
  • Dificuldade para respirar;
  • Respiração rápida e curta;
  • Desconforto torácico.

“Os gatilhos são, principalmente, os alérgenos. Então, aquilo que a gente está respirando o tempo inteiro. Por exemplo: ácaro, poeira, mofo, pelo de gato e de cachorro… São coisas que estão no ambiente. Além de infecções virais ou bacterianas”, afirma Nathan.

O diagnóstico é, principalmente, clínico, mas existem exames que podem ajudar a confirmar o quadro, como a prova de função pulmonar e testes de alergia. Já o tratamento é feito, geralmente, com medicações específicas para cada caso.

“É importante frisar que existe o tratamento não medicamentoso, focando em condições associadas. Por exemplo, refluxo é uma uma condição que pode descontrolar a respiração”, exemplifica Miranda.

Manter vacinação em dia é forma de prevenir asma

A vacinação é um fator importante de prevenção da asma, segundo os especialistas. “Em um paciente com doenças respiratórias, a vacinação é sempre muito importante para tentar evitar que ele tenha contato com alguns vírus, especialmente no paciente asmático grave. É o caso da vacina anual de gripe, pneumonia, e até da coqueluche, que teve um surto recente em São Paulo, por exemplo”, afirma Miranda.

E, afinal, asma tem cura? “É o que todo pneumologista gostaria de dizer para seu paciente. Asma tem controle, cura é uma palavra um pouco forte, porque é uma doença inerente ao indivíduo, que ele nasceu com isso. A gente tem ótimos medicamentos para controlar isso. E o que a gente quer? Que o indivíduo asmático tenha uma vida normal”, finaliza Nathan.

O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 14 de dezembro, às 19h30, na CNN Brasil.

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