Não para de arrotar? Estudo revela razões mais comuns para distúrbio
Arrotar faz parte do processo digestivo, é uma forma do estômago eliminar gases acumulados. Mas quando o hábito se torna repetitivo, em alguns casos ocorrendo mais de 10 vezes ao dia, pode ser sinal de vários distúrbios digestivos, até mesmo cânceres avançados.
Há uma grande variedade de problemas que podem estar por trás das síndromes de arroto frequente, por isso os médicos da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, decidiram fazer um estudo para tabular quais são as causas mais frequentes do quadro.
Segundo a pesquisa, publicada nesta terça-feira (3/9) no The American Journal of Gastroenterology, cerca de 1% dos adultos em todo o mundo têm transtornos de arroto. A porcentagem encontrada pelos médicos japoneses entre os participantes do estudo foi até mais alta: 1,5%.
Os 10 mil voluntários da investigação foram selecionados com formulários na internet em que tinham de responder perguntas sobre hábitos alimentares e frequência de arrotos que permitiu identificar o problema em 151 participantes.
O que justifica os arrotos frequentes?
Com essa base de investigação, os pesquisadores descobriram que o distúrbio era mais prevalente em homens, que bebiam álcool semanalmente e que tomavam medicamentos para refluxo ácido.
Ter inflamações do esôfago causadas por refluxo (esofagite) e doenças da tireoide foram os problemas de saúde mais frequentemente conectados ao distúrbio de arrotos.
Entre os hábitos de alimentação, foi descoberto que o costume de comer até se sentir “cheio” e com uma frequência de mastigação extremamente baixa ou muito alta foram significativamente associados ao desenvolvimento de distúrbios de arrotos.
Por outro lado, um alto consumo de bebidas gaseificadas, como cervejas e água com gás, não teve associação direta com os distúrbios.
“Nos faltavam critérios para avaliar a forma como alguém mastiga e os efeitos de terapias para melhorar os hábitos alimentares em pacientes com distúrbios de arrotos. Só assim poderemos ter tratamentos eficazes para serem feitos por conta própria pelos pacientes e que permitam combater esse problema tão frequente”, afirma o médico Yasuhiro Fujiwara, líder do estudo, em comunicado à imprensa.
Os médicos recomendam que a frequência excessiva de arrotos seja avaliada também em relação com outros sintomas como dor de estômago, azia, náuseas e alta frequência de vômitos, que também podem ser sinal de problemas graves como a hérnia hiatal, a úlcera gástrica, a gastrite ou mesmo o câncer de pâncreas, que são menos frequentes.
Não deixe de arrotar
“Arrotar não é um problema. Segurar os gases pode até fazer mal à saúde pois o paciente pode confundir as dores que ocorrem com problemas cardíacos que podem ser muito mais graves. Se atentando à frequência e à força necessária, não há problema”, explica o cardiologista Rizzieri Gomes.
Ter dificuldades para liberar gases pela boca pode ser sinal de uma disfunção cricofaríngea retrógrada. Pessoas com essa condição sentem dores intensas e precisam fazer tratamentos aplicando até botox na garganta para voltar a ter o funcionamento regular do sistema digestivo.
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