Nasa projeta helicóptero autônomo para pousar em Marte; conheça
Com a aposentadoria do helicóptero Ingenuity em janeiro, após completar 72 voos bem-sucedidos na superfície de Marte, a Nasa está testando uma nova aeronave robótica para enviar ao planeta vermelho.
Segundo informações publicadas na revista científica New Scientist, “a nave pousaria sozinha após cortar a atmosfera do planeta em alta velocidade, para depois percorrer vários quilômetros por dia carregada de equipamentos científicos”.
Em entrevista à publicação britânica, o supervisor do Ingenuity, Theodore (Teddy) Tzanetos, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, forneceu algumas características do novo helicóptero, batizado de Chopper.
O Chopper será um drone de seis lâminas com massa de 35 quilos, ou seja, 20 vezes mais pesado que o Ingenuity.
Ele terá uma autonomia de três quilômetros por sol (dia marciano com 24h40min), com carga de até cinco quilos.
Como funcionará o novo helicóptero de Marte?
Ao contrário do Ingenuity, que chegou a Marte na barriga do rover Perseverance, o novo Chopper será capaz de pousar por si mesmo diretamente da órbita para a superfície do planeta.
A aeronave, provavelmente, será equipada com jetpack, um dispositivo motorizado capaz de gerar impulso para desacelerar e controlar seu pouso assim que entrar na atmosfera marciana.
Se, por um lado, a inclusão do jetpack complica o design, que tem que integrar um sistema adicional de propulsão, ao mesmo tempo leve e autossuficiente, por outro lado traz algumas vantagens.
A principal delas é eliminar o dispendioso sistema de pouso sofisticado como o do Ingenuity.
Além disso, o Chopper pousa de forma autônoma, sem necessidade de seleção cuidadosa do ponto de entrada na atmosfera marciana.
Isso, por sua vez, permite a redução da massa do veículo de lançamento e do próprio drone, tornando-os mais eficientes em termos de consumo de combustível.
Novos projetos, velhos desafios
Antes de o Chopper sair do papel, a equipe de engenharia terá que superar as mesmas dificuldades pelas quais passou quando estava desenvolvendo o Ingenuity, considerado impossível por muitas lideranças da Nasa, diz Tzanetos.
“Eles diziam que a física não nos permitiria levantar um helicóptero para o céu marciano, mas tivemos que convencê-los por um longo tempo. O tempo mostrou que estávamos certos”, ressalta o engenheiro elétrico.
Agora, com um hexacóptero do tamanho do próprio rover Perseverance, as dificuldades aumentam.
Ainda há o problema, superado pelo Ingenuity, de alimentar e controlar um drone em uma atmosfera cuja densidade é cerca de 1% da terrestre.
Enquanto a densidade atmosférica do nosso planeta ao nível do mar é cerca de 1,225 kg/m3, em Marte é de apenas cerca de 0,020 kg/m3.
Como as hélices dos drones empurram o ar para baixo para gerar sustentação, com menos ar é bem mais difícil gerar força para o dispositivo voar. Isso faz com que as hélices tenham que girar muito mais rápido.
Tzanetos promete que sua equipe “lutará muito” para que a Nasa inclua um novo helicóptero no orçamento dos próximos voos a Marte. Mas está otimista.
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