No DF, 11,8% dos adultos fumam
Parar de fumar é um desafio. Para muitos, o hábito foi desenvolvido há anos – em boa parte das vezes para fugir de situações, aliviar a tensão, ajudar a espairecer as ideias ou mesmo para se integrar a uma comunidade de amigos que também fumava. Entretanto, ao longo dos anos, o hábito se torna um problema crônico, gerando dependência e, em muitos casos, câncer de traqueia, brônquio e pulmão, com risco de morte.
No DF, cerca de 11,8% da população adulta era fumante em 2022, segundo a SES-DF. Conforme levantamento do IBGE, no mesmo ano, a população adulta do DF foi estimada em 2,817 milhões de habitantes. Isso significa que mais de 332,4 mil pessoas na capital são fumantes ativas. O levantamento mostrou ainda que 17,7% dos homens no DF eram fumantes. As mulheres fumantes representavam em torno de 6,6% da população feminina da unidade federativa.
Para atuar no combate ao fumo e ajudar dependentes químicos a sair do vício, o Distrito Federal conta com 84 Centros de Tratamento do Tabagismo espalhados em quase todas as Regiões Administrativas. A lista com os locais de atendimento pode ser encontrada em www.saude.df.gov.br/tabagismo. O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Saúde (SES-DF) e acompanha pessoas que tentam parar de fumar e buscam ajuda para esse objetivo.
O tratamento é realizado de forma individual ou em grupo, com quatro encontros semanais, acompanhado por médico e equipe de saúde. Trabalha-se o cognitivo-comportamental e medicamentoso, caso seja necessário, para alívio dos sintomas da síndrome de abstinência – muito comum durante as tentativas de largar o vício. Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta quinta-feira (29), o Ministério da Saúde incentiva a interrupção da prática.
De acordo com os dados da pasta, com base na última Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019, o DF tinha cerca de 17% dos fumantes buscando tais serviços de saúde na rede pública. Um levantamento quadrimestral de 2023 mostrou ainda que, nos primeiros quatro meses de 2023, foram atendidas 527 pessoas nos Centros de Atendimento de Tabagismo. Desses, 425 começaram as sessões e 212 foram até a quarta e última sessão. Nesta, 107 estavam sem fumar.
Durante todo o ano passado, foram 1.675 pessoas atendidas nos centros clínicos especializados, cerca de 4% a mais que em 2022, quando 1.610 pessoas foram atendidas. No último detalhamento da SES-DF, de 2022, das que fizeram atendimento clínico, 1.387 iniciaram o tratamento, mas apenas 654 finalizaram as quatro sessões.
Dessas 654 pessoas, 371 (56,7%) relataram que pararam de fumar, enquanto 283 (43,2%) ainda tinham dificuldades para largar o vício.
Cigarros eletrônicos
Outra preocupação que envolve o combate ao fumo no DF, Brasil e ao redor do mundo é o uso cada vez mais comum, principalmente entre os jovens, dos cigarros eletrônicos ou vapes, chamados de DEFs (Dispositivos Eletrônicos para Fumar) pela Associação Médica Brasileira (AMB). Os dispositivos são alimentados por baterias que exalam um aerossol contendo nicotina e outras substâncias.
De acordo com a AMB, são mais de 80 substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados. “O uso da nicotina aumenta o risco de trombose, AVC, hipertensão e infarto do miocárdio, entre outros. Estudos também mostram que o cigarro eletrônico aumenta em cerca de três vezes as chances do usuário fumar também cigarros comuns”, destacou a organização.
SAIBA MAIS
- O paciente interessado em parar de fumar, deverá buscar a unidade de saúde mais próximas da sua residência ou trabalho e fazer a sua inscrição.
- Tão prejudicial quanto o cigarro convencional é o cigarro eletrônico. A melhor forma de prevenção é evitar o uso desses produtos e buscar ajuda para superar o vício, caso necessário.