Nunes faz périplo a templos em meio a divisão no eleitorado evangélico
BRUNO XAVIER
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) dedica toda sua agenda deste domingo (22) a atividades de campanha voltados ao eleitorado evangélico. Ao todo serão cinco compromissos em igrejas e reuniões com lideranças ao longo do dia.
Nunes está em empate técnico entre os evangélicos com Pablo Marçal (PRTB), segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Ele tem 32% das intenções de voto do segmento, seu melhor resultado desde o final de agosto, e o influenciador, 26%. A margem de erro nesse estrato é de seis pontos.
Para tentar manter a tendência de alta no eleitorado religioso, o emedebista montou uma roteiro turbinado com visitas a lideranças evangélicas para o domingo.
Ele começa a agenda em um evento acompanhado do candidato à vereador Rodney Vicente no bairro de Casa Verde, zona norte paulistana. Depois, segue para uma reunião com lideranças da Igreja Adventista, na Bela Vista, região central. No final da tarde, participa de um culto na Igreja Batista da Vila Mariana, na zona sul, e termina o dia com um compromisso na Assembleia de Deus do Belenzinho, zona leste.
Apesar do dia recheado com eventos evangélicos, Nunes também participará de uma agenda na Catedral Santuário Sagrada Família, na região do Campo Limpo, zona sul, único compromisso de campanha em um templo católico no dia do prefeito.
Com a oscilação negativa entre evangélicos na pesquisa Datafolha, Marçal também resolveu agir para tentar estancar uma possível perda de votos religiosos para Nunes. O influenciador convidou pastores e líderes de igreja para uma reunião virtual pela plataforma Zoom nesta segunda-feira (23).
Segundo o jornal O Globo, o formulário da reunião enviado em grupos de apoiadores do candidato pede informações como número de Whatsapp, perfil nas redes sociais e número de membros da igreja. Procurada, a assessoria de Marçal não se manifestou.
O candidato do PRTB já protagonizou embates com alguns líderes religiosos, como Silas Malafaia, que o chamou de “safado” nas manifestações de 7 de setembro deste ano. Apesar do desentendimento, Marçal disse que não vai “se levantar” contra o pastor.
Ele também vem sofrendo ataques nessa frente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem mantém uma relação conturbada. Em 13 de setembro Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais um vídeo antigo em que Marçal dizia que “a igreja evangélica não mata as pessoas com morte física. Mata elas com morte espiritual”. O autodenominado ex-coach rebateu questionando se o ex-presidente estaria desesperado.