Petistas temem racha no partido com saída de Gleisi
Integrantes do PT temem que a principal corrente do partido tenha dois candidatos na disputa pela presidência da legenda. O racha já é uma realidade neste primeiro momento com a saída de Gleisi Hoffman (PR) do cargo.
Tanto o novo indicado pelo PT para a presidência em exercício, Humberto Costa (PE), quanto o pré-candidato ao comando da legenda, Edinho Silva (SP), são da corrente majoritária, a Construindo um Novo Brasil (CNB).
Integrantes da legenda acreditam que Costa deve evitar embates com Edinho.
Para os petistas, Costa tem um perfil moderado e não deverá ir contra um possível apoio oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ex-prefeito de Araraquara para o comando da legenda.
Gleisi já externou que gostaria de um presidente do Nordeste para o comando da legenda. Costa é de Pernambuco.
Se a disputa prosseguir, o pior cenário, na análise de petistas, é a CNB ter duas chapas oficiais na disputa pela presidência.
Aliados de Gleisi querem tentar convencer Costa a disputar a presidência da legenda. Pelo regimento, Costa tem 60 dias para chamar uma nova reunião para eleição do presidente interino.
Nesse período, Gleisi também deve oficializar renúncia.
Caso o senador não aceite seguir na disputa, o grupo da deputada federal deve indicar um novo nome à presidência do PT em novo prazo de 60 dias.
Há ainda a avaliação de que a chegada de Gleisi ao Palácio do Planalto, como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), também pode “apaziguar” a disputa interna e abrir mais espaço para Edinho assumir o controle do PT.
Já Edinho tem a preferência do Presidente Lula e é apoiado por caciques do partido, como ex-ministro José Dirceu e o futuro ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Considerado também de perfil moderado, Edinho participou da campanha de Lula em 2022 e tem viajado o país em campanha à presidência do partido.