Projeto Vivências Inclusivas promove oficina de fotografia para alunos da Associação dos Surdos do Gama
Em setembro, mês dedicado à inclusão da comunidade surda, o Distrito Federal foi palco de uma iniciativa transformadora. Na última quinta-feira (26), o projeto “Vivências Inclusivas” realizou uma oficina inclusiva de fotografia com alunos da Associação dos Surdos do Gama. Em sua segunda edição, o projeto tem como objetivo criar um espaço de expressão e empoderamento para pessoas com deficiência, utilizando a fotografia como uma poderosa ferramenta de comunicação e letramento visual.
Desde agosto a novembro, o “Vivências Inclusivas” vem oferecendo uma série de oficinas e saídas fotográficas em eco trilhas acessíveis, permitindo que os participantes explorem a fotografia de maneira inclusiva e significativa. A oficina mais recente, em comemoração ao Mês de Inclusão da Comunidade Surda, foi ministrada pela fotógrafa e educadora Isabella Gurgel, sob a coordenação de Juliana Peres, conhecida como Juju, idealizadora do projeto.
Para Juliana Peres, artista, fotógrafa e pessoa com deficiência, o Vivências é uma oportunidade de compartilhar sua paixão pela fotografia, uma arte que aprendeu em família. “Quero dar a essas pessoas a mesma oportunidade que eu tive. A fotografia sempre foi um instrumento de autonomia para mim, e acredito que pode proporcionar o mesmo para os outros”, afirma Juju.
Durante a oficina, os alunos aprenderam técnicas fotográficas e produziram registros que farão parte da exposição intitulada “Nada Sobre Nós sem Nós”. Além disso, um mini documentário registrará todo o processo criativo e os depoimentos dos participantes, criando um legado inspirador para futuras gerações.
Isabella Gurgel, responsável pela condução das atividades, destacou o potencial transformador do projeto: “A fotografia é uma linguagem universal. Através das lentes, esses alunos não apenas capturam imagens, mas ganham voz e protagonismo, mostrando ao mundo suas perspectivas e narrativas“.
Para Sara Hayanah, presidente da Associação de Surdos do Gama, participar do Vivências Inclusivas foi uma experiência enriquecedora, não só por abrir novos horizontes na fotografia, mas também por promover uma verdadeira inclusão, onde a comunicação em Libras é respeitada e acessível. “Para a comunidade surda, iniciativas como essa são fundamentais para quebrar barreiras e garantir que possamos explorar nossas potencialidades, inclusive na arte e cultura, criando uma rede de empoderamento e visibilidade, onde podemos expressar nosso olhar único sobre o mundo”, afirma Sara.
O projeto vai além da capacitação técnica e está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com foco na Redução das Desigualdades (ODS 10.2). Por meio da arte, busca incluir, conscientizar e promover o respeito às diferenças, beneficiando diretamente 30 pessoas com deficiência e impactando até 5 mil pessoas com a exposição fotográfica e o mini documentário.
Como contrapartida social, o projeto também levará a exposição em formato digital e o documentário a escolas públicas do Distrito Federal, reforçando a conscientização sobre a importância da inclusão e da diversidade.
O “Vivências Inclusivas” é mais que um projeto cultural; é um movimento de transformação social que reafirma o compromisso com a igualdade e com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Vivências Inclusivas
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