Política

Saiba quanto governo pode economizar com retorno do horário de verão

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) concluiu, nessa quinta-feira (19/9), os estudos sobre os resultados do retorno do horário de verão em 2024. Segundo estimativas do órgão, a medida trará uma economia no custo de operação de quase R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou, nessa quinta, que o governo federal retome a medida, que adianta uma hora no relógio de algumas partes do Brasil, ainda neste ano.

Para o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, a sugestão ocorre devido aos “ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do Sistema Interligado Nacional e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na ponta de carga”.

Encomendado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o levantamento do ONS indica que a implementação do horário de verão, em cenários de grande afluência do Sistema Interligado Nacional (SIN), será capaz de reduzir a demanda máxima de energia elétrica no país em até 2,9%.

Ainda de acordo com os estudos do operador, a medida poderá trazer uma redução na demanda máxima noturna tanto em dias úteis como nos fins de semana, “em quase todas as condições de temperatura”.

Em nota, o ONS informou que o horário de verão aliviará o efeito da “rampa da carga” — quando ocorre a elevação rápida e ostensiva de gasto de energia — entre 18h e 19h. Com o adiamento do horário de ponta em até duas horas, o operador acredita que a medida permitirá que a compensação pela saída da micro e minigeração distribuída (MMGD) e da geração solar seja feita de forma “mais alongada”.

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Torres de energia

Getty Images

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Linhas de transmissão de energia elétrica

Vinícius Schmidt/Metrópoles

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Linha de transmissão

Vinícius Schmidt/Metrópoles

4 de 6Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Subestação de energia elétrica

Vinicius Schmidt/Metrópoles

6 de 6Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Retorno do horário de verão depende de Lula

Antes de ser implementada, a medida ainda deve ser analisada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que baterá o martelo sobre a questão. A expectativa é de que o anúncio ocorra após as eleições municipais — em 6 de outubro, com segundo turno marcado para 27 de outubro.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, levará a recomendação do comitê às demais pastas. Depois disso, ele deve marcar uma reunião com Lula, que dará a decisão final. Ao Metrópoles fontes do governo indicaram ser “muito provável” a volta do horário de verão no país.

Silveira, ressaltou que, apesar da recomendação do CMSE, não há risco de crise energética em 2024. “Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta”, frisou o ministro.

Conforme integrantes do governo consultados pelo Metrópoles, a ideia da volta do horário de verão é distensionar o SIN de transmissão de energia durante o chamado “horário de pico”, quando as famílias retornam às casas e aumentam consideravelmente o consumo de energia.

O horário de verão

Adotado em vários países do mundo, o horário de verão tem como objetivo a economia do consumo de energia elétrica no horário de pico. Ao adiantar os ponteiros do relógio em algumas regiões, a população finaliza atividades diárias ainda com luz solar e evita ligar diversos equipamentos elétricos.

Antes de ser extinto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em abril de 2019, o horário de verão vigorava entre outubro e fevereiro nas seguintes partes do Brasil:

  • Distrito Federal;
  • Espírito Santo;
  • Goiás;
  • Mato Grosso;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Minas Gerais;
  • Paraná;
  • Rio de Janeiro;
  • Rio Grande do Sul;
  • Santa Catarina; e
  • São Paulo.

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