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Startup resolve problema de quem toma remédio de u…

Cuidar de alguém que depende de medicamentos contínuos é uma tarefa permanente, o que pode ser especialmente complicado para quem tem sua própria rotina. Foi a partir desse problema que nasceu a ideia da startup brasileira Far.me que hoje lidera o nicho de farmácia por assinatura focada em medicamentos de uso contínuo. “A gente é a única empresa hoje no Brasil que faz assinatura de medicamento pra quem usa medicamento de forma recorrente”, diz Rafael Mandelbaum, CEO da empresa. Com 10 mil clientes ativos, a empresa cresceu a operação em 200% em 2024 e tem previsão de dobrar no próximo ano e dar lucro em 2026. Serviços como o Dose Certa, da Raia Drogasil, se aproximam da proposta da Far.me, que lidera nesse segmento. “Somos dez vezes maiores do que eles”, diz.

O executivo conta que a inspiração para criar o negócio veio de uma situação real, acompanhada pelas fundadoras da empresa, que são farmacêuticas. Uma senhora idosa, que dependia da filha para organizar e monitorar os horários e doses dos remédios e enfrentava dificuldades no tratamento sempre que ficava sozinha. “Ela já tinha parado no hospital duas vezes por tomar medicamento duplicado. Quando a filha precisou estudar fora do país, ficou claro o tamanho do problema e a necessidade de uma solução,” explica Mandelbaum.

Foi pensando em situações como essa que a startup desenvolveu um serviço voltado não apenas à entrega de medicamentos, mas à adesão correta aos tratamentos. “Nem todas as pessoas podem contar com o apoio de familiares próximos, como, filhos, pais ou mães, para ajudar no acompanhamento diário do uso de medicamentos”, diz. É fato que muitos pacientes precisam tomar vários remédios por dia — cinco, seis, sete ou até dez — e que esse cuidado exige acompanhamento constante, diariamente. 

O objetivo e o grande diferencial da Far.me é garantir que cada paciente tome os remédios na dose certa, no horário correto e sem riscos de interações perigosas. “Nosso papel não é só entregar remédios, mas garantir que o paciente siga o tratamento corretamente. Isso faz toda a diferença para evitar hospitalizações desnecessárias,” afirma.

A tecnologia é um dos pilares do serviço que analisa o perfil de cada cliente e identifica possíveis riscos, como combinações inadequadas ou medicamentos duplicados., a partir do uso de inteligência artificial No caso da senhora que inspirou a criação da empresa, logo que a empresa começou a atendê-la houve a constatação de que ela estava tomando remédio duplicado. 

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Nomes de referência, e de princípios ativos, no caso dos genéricos, muitas vezes confundem os pacientes. “O Brasil tem uma peculiaridade interessante, temos vários nomes de medicamento, para mesma molécula. E os nomes são difíceis de a gente entender, de a gente falar”, diz. Hoje, 32% dos clientes da empresa apresentam algum fator de alto risco.  “Conseguimos atuar diretamente nesses casos”, diz Rafael. 

Atualmente, a startup opera em 72 cidades, distribuídas entre São Paulo e Minas Gerais, incluindo regiões metropolitanas, interior e litoral. O plano é expandir para 150 cidades até o final de 2025.

“Quando explicamos o que fazemos, as pessoas entendem a importância. Estamos resolvendo um problema que afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida, e é isso que nos impulsiona,” afirma o CEO.

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