Teto de gastos e lucro anual: entenda a reestruturação financeira do São Paulo
O São Paulo criou um fundo de investimentos — que visa destinar as verbas para o pagamento de aproximadamente R$ 240 milhões em dívidas — e diversos métodos de arrecadação foram incluídos no planejamento. Entre eles, estão itens como limitação de investimento com futebol e obrigatoriedade de lucro anual, segundo apurou a Itatiaia.
A proposta — aprovada com mais de 80% dos votos favoráveis pelo Conselho Deliberativo — prevê um “teto de gastos” de até R$ 350 milhões por temporada. Porém, o valor disponibilizado para investimentos no futebol será o menor entre 50% da receita bruta anual e a cifra em questão.
Além disso, o São Paulo passará a ter obrigação de apresentar superávit ao final de todos os exercícios a partir de 2026.
Mesmo com título da Copa do Brasil, em 2023 o Tricolor apresentou um déficit de R$ 62,2 milhões — que ocasionou o aumento da dívida em mais R$ 80 milhões. No ano anterior, foram R$ 37,4 milhões de superávit, impulsionados por arrecadação de bilheteria e vendas de jogadores, como a negociação de Antony para o Ajax.
Outros gatilhos de arrecadação do novo fundo do São Paulo
Para a reestruturação financeira, também ficou definido que o Tricolor não pode gerar aumento da dívida, realizar novos empréstimos ou obrigações financeiras em valor superior a R$ 10 milhões no mesmo trimestre. Será necessária a aprovação do comitê de crédito do fundo.
Despesas com salários para administração do clube também foram limitadas. O método do cálculo é o mesmo feito para o “teto de gastos” de investimentos no futebol: o menor valor entre 4% da receita bruta anual e R$ 25 milhões.
O fundo também receberá verbas de negociações de direitos de transmissão, naming rights, patrocínios e outras fontes de renda. Fica vedado ceder, descontar ou usar como garantia as receitas futuras do clube sem autorização do fundo.
Os gatilhos da proposta de reestruturação foram publicados inicialmente pelo “Ge”.
Reestruturação financeira profunda no Tricolor
A nova medida são-paulina foi batizada como “Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios São Paulo Futebol Clube”, idealizada em parceria com as empresas Galapagos Capital (companhia de investimentos) e OutField (holding de negócios focada em esporte).
A intenção do São Paulo é aliviar as dívidas e melhorar o fluxo de caixa para competir com adversários de maior poderio financeiro e ter um clube sustentável a longo prazo.
“Conseguiremos reduzir o custo e preparar o clube para o seu centenário com uma gestão mais sustentável, o que possibilitará maior capacidade de competir com adversários com mais poder financeiro. Teremos um choque de gestão e já vamos implementar um comitê orçamentário para acompanhar o fluxo do São Paulo”, disse o presidente Julio Casares.