Política

Trepanação ou craniotomia? Entenda procedimento que drenou hematoma de Lula

Um hematoma intracranicano de cerca de três centímetros levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a passar por uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10).

No primeiro boletim médico, divulgado às 03h20, a equipe do Hospital Sírio-Libanês informou que o mandatário havia sido submetido a uma craniotomia — tipo de intervenção cirúrgica em que é realizada a remoção de uma parte do crânio para que possa ser drenado um hematoma.

Durante a manhã, porém, os médicos que acompanham o presidente explicaram em coletiva de imprensa que o termo mais correto para o procedimento que foi feito no petista é “trepanação”.

“Não é que esteja errado [o termo craniotomia], é que geralmente a gente usa esse termo para aberturas maiores”, afirmou o neurocirugião Mauro Suzuki.

No caso da trepanação, ainda de acordo com Suzuki, o que ocorre é “uma pequena perfuração do crânio”.

“São orifícios pequenos, por onde são introduzidos, no caso, um único dreno. É um procedimento relativamente padrão em neurocirurgia. Não é uma abertura, uma violação do crânio importante”, acrescentou.

O neurocirurgião explicou também que é esperado que a cicatrização ocorra de maneira espontânea, “sem necessidade de nenhuma outra intervenção futura para fechamento”.

Presidente Lula foi submetido à “trepanação” • Arte/CNN

Como foi a cirurgia

Segundo a equipe médica, a cirurgia durou em torno de duas horas.

“O sangramento estava entre o cérebro e a meninge. Foi um sangramento espontâneo tardio”, explicou o neurocirurgião Marcos Stavale.

O hematoma “comprimiu o cérebro, foi removido”, complementou. Os médicos salientaram que o acúmulo de sangue foi completamente drenado. “O cérebro está descomprimido e ele [Lula] está com as funções neurológicas preservadas.”

A hemorragia intracraniana estaria ligada ao acidente doméstico que o presidente sofreu em 19 de outubro, quando caiu no banheiro do Palácio do Alvorada, em Brasília.

Sobre o aparecimento tardio do hematoma, o médico Rogério Tuma afirmou que “esse é um tipo de complicação comum, pode acontecer, principalmente em pessoas de maior idade”.

Ainda de acordo com os médicos, Lula esteve “lúcido, orientado, conversando” durante todo o período que antecedeu a cirurgia. De acordo com os especialistas, o petista se encontra da mesma forma agora, inclusive, se alimentando.

O médico pessoal do presidente, doutor Roberto Kalil Filho, apresentador do programa CNN Sinais Vitais, reiterou que Lula não teve “sequela alguma”, “nem alteração de movimento, absolutamente nada”.

Além disso, o ferimento não desenvolveu “nenhum comprometimento no cérebro”.

O presidente está internado na Unidade Intensiva de Tratamento (UTI) do hospital e ficará em observação pelos próximos dias.

Entenda o que aconteceu

Após sentir incômodos na cabeça durante o dia de ontem (9), o presidente deu entrada na unidade do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.

Lula foi submetido a exames de imagem, que indicaram a existência de uma hemorragia intracraniana, por isso foi transferido para São Paulo, onde passou pela cirurgia de emergência.

*Com informações de Lucas Schroeder e Manoela Carlucci, da CNN, e Patrick Fuentes, colaboração para a CNN

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