Urnas eletrônicas, 1ª prefeita, mais ricos; veja 6 curiosidades sobre as eleições municipais
ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Da primeira prefeita mulher do Brasil até o perfil dos candidatos, as eleições no Brasil têm dados curiosos que espelham como se deu a trajetória democrática no país.
A urna eletrônica, por exemplo, foi utilizada pela primeira vez em uma eleição municipal no ano de 1996, quando cerca de 70 mil máquinas computaram o voto de mais de 32 milhões de brasileiros.
E, se antes só alguns grupos sociais podiam escolher o governante, a lógica passou a ser a contrária, de facilitar o acesso do eleitor às urnas, permitindo até o voto em trânsito em alguns pleitos.
Veja a seguir seis curiosidades sobre as eleições municipais.
1- QUEM FOI A PRIMEIRA PREFEITA DO BRASIL?
A primeira prefeita mulher do Brasil foi Alzira Soriano, que venceu em 1928 a disputa para o cargo na cidade de Lajes, município do interior do Rio Grande do Norte.
Candidata pelo Partido Republicano, Soriano teve 60% dos votos em uma época em que não era garantido às mulheres de todo o território nacional votar e serem votadas.
O direito foi conquistado apenas em 1932, com a instituição do primeiro Código Eleitoral do Brasil. Ainda hoje a relação de prefeitas e prefeitos é bastante desigual, com a maioria deles sendo homens.
Nas eleições 2024, 15% dos candidatos a prefeito são mulheres.
2 – HÁ VOTO EM TRÂNSITO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS?
O voto em trânsito é o procedimento de votar em uma cidade diferente do domicílio eleitoral. Para isso, é necessário fazer o pedido em data preestabelecida pela Justiça.
O direito, entretanto, não vale para as eleições municipais.
Por isso, quem não estiver em seu domicílio eleitoral no próximo dia 6 (e no dia 27, onde houver segundo turno) precisa justificar a ausência via e-Título, o aplicativo da Justiça Eleitoral, ou junto a mesas receptoras em locais de votação ou exclusivamente instaladas para a finalidade.
Depois das eleições, a justificativa pode ser apresentada em qualquer zona eleitoral, pelo e-Título ou pelo site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou TREs (Tribunais Regionais Eleitorais). A ausência no primeiro turno precisa ser justificada até 5 de dezembro.
3 – QUANDO A URNA ELETRÔNICA FOI USADA PELA PRIMEIRA VEZ?
O eleitor brasileiro votou pela primeira vez com urnas eletrônicas nas eleições municipais de 1996.
Naquele ano, ela foi utilizada em 57 cidades e coletou o voto de mais de 32 milhões de brasileiros, com cerca de 70 mil máquinas, segundo o TSE.
O projeto foi liderado pelo tribunal com a participação de pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do CTA (Centro Técnico Aeroespacial). Apesar disso, seu uso estava previsto no Código Eleitoral desde 1932.
O objetivo da urna eletrônica é, ao afastar a intervenção humana, diminuir o risco de fraude, garantindo maior segurança e transparência.
4 – QUAIS SÃO OS CANDIDATOS MAIS RICOS NAS ELEIÇÕES DE 2024?
Segundo levantamento da Folha com base em dados do TSE, Sandro Mabel, postulante a prefeito em Goiânia pelo União Brasil, é o candidato ao cargo mais rico nas eleições de 2024, considerando apenas as cidades com mais de 200 mil eleitores.
Ele declarou ao tribunal um total de bens no valor de R$ 313.405.916,29. Mabel é empresário ligado ao agronegócio.
Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, aparece no levantamento em segundo lugar, com R$ 169.503.058,17 em bens declarados.
Em sétimo lugar na lista dos mais ricos, está outro candidato à Prefeitura de São Paulo, o jornalista José Luiz Datena (PSDB), com um patrimônio de R$ 38.301.790,28.
5 – QUANTOS CANDIDATOS SÃO MILITARES OU POLICIAIS?
Ao menos 6.649 candidatos declararam nessas eleições uma profissão militar ou policial ou têm nome de urna com referência a forças de segurança, como mostrou a Folha.
Partidos como PL, Republicanos e União Brasil são aqueles com mais candidatos com este perfil. Um em cada seis foi lançado pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, tramita no Senado uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) cujo objetivo é criar regras para proibir que militares da ativa das Forças Armadas disputem eleições ou ocupem cargos no primeiro escalão do Executivo.
6 – QUANTOS CANDIDATOS SÃO TRANSGÊNEROS NESTAS ELEIÇÕES?
Pelo menos 967 candidatos nas eleições 2024 são transgêneros, ou seja, não se identificam com o gênero designado no nascimento. O número representa 0,2% do total das candidaturas junto ao TSE, segundo levantou a Folha.
Esta é a primeira vez que a informação consta como obrigatória na ficha de registro de candidatura.
Nove pessoas se identificam como transgênero na disputa pelas prefeituras. A única que tenta a vaga em uma capital é a candidata de Belo Horizonte (MG) Duda Salabert (PDT).