Veja como alta do dólar impacta compras e viagens para o exterior
Na tarde dessa terça-feira (17/12), o dólar bateu R$ 6,20 e fechou o dia em R$ 6,09. Os efeitos da alta da moeda norte-americana no bolso do brasileiro são inevitáveis. Viagens internacionais ficam mais caras, compras no exterior perdem atratividade e até os preços de produtos do dia a dia, como alimentos e combustíveis, são impactados.
O aumento do dólar também pressiona a inflação e pode levar a uma alta nos juros, o que encarece o crédito e dificulta o consumo.
Os custos de hospedagem, alimentação, passeios e compras no exterior aumentam, já que boa parte das despesas é calculada em dólar ou outras moedas atreladas a ele.
As passagens aéreas internacionais também ficam mais caras. Isso tem levado muitos brasileiros a adiar viagens ou buscar destinos nacionais.
Para quem já está com a viagem marcada, o maior desafio está nas taxas extras e nas compras feitas no cartão de crédito, que são cobradas pela cotação do dia de fechamento da fatura. Há ainda a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Compras no exterior perdem a graça
Aquele velho hábito de viajar para os Estados Unidos e encher as malas de eletrônicos, roupas e cosméticos não está mais compensando.
Com o dólar acima de R$ 6, produtos comprados lá fora, quando convertidos, acabam ficando mais caros do que os vendidos aqui no Brasil. Isso tem feito muita gente repensar as famosas “compras de enxoval” ou as idas a lojas de eletrônicos.
Por que o preço de tudo sobe com o dólar?
Não são só as viagens e as compras no exterior que ficam mais caras. A alta do dólar também afeta os preços dos produtos no Brasil.
Isso acontece porque muitos itens consumidos no país, como combustíveis, eletrônicos e alimentos, dependem de importação ou de insumos internacionais. Quando o dólar sobe, o custo desses produtos aumenta, e quem paga a conta é o consumidor.
O impacto não para por aí. Produtos brasileiros, como soja e carne, podem ficar mais caros no mercado interno, porque os produtores preferem vender para o exterior, onde o pagamento é em dólar.
Isso reduz a oferta no Brasil e faz os preços subirem. O reflexo já pode ser visto no carrinho de compras: os supermercados têm registrado uma procura maior por marcas mais baratas e produtos de marca própria.
Exportações ganham, mas importações pesam no bolso
Se, por um lado, o dólar alto beneficia quem exporta, como o agronegócio e a indústria de commodities, por outro, as empresas que dependem de produtos importados sentem o peso no caixa.
Setores como o automotivo, de eletrônicos e de medicamentos têm custos mais altos, que acabam sendo repassados ao consumidor final. Ou seja, o aumento do dólar também chega ao preço de carros, aparelhos eletrônicos e remédios.
Juros mais altos e crédito mais caro
Para tentar segurar os efeitos do dólar alto, o Banco Central costuma aumentar a taxa de juros básica da economia, a Selic. Isso encarece financiamentos, empréstimos e o crédito de forma geral, o que impacta diretamente o consumo das famílias. Comprar a prazo fica mais caro e, muitas vezes, menos acessível.
Ao mesmo tempo, a alta dos juros atrai investidores estrangeiros, o que pode ajudar a conter a disparada do dólar. Mas, para o brasileiro, o efeito prático é que o custo do crédito aumenta e as condições de financiamento ficam mais apertadas.
Por que o dólar está subindo tanto?
A principal razão para o aumento do dólar é a desconfiança do mercado financeiro em relação à situação econômica do Brasil. O pacote de cortes de gastos do governo gerou dúvidas sobre a capacidade de controlar a dívida pública, o que levou investidores a retirarem dinheiro do país. Com isso, a procura por dólar cresce e a cotação dispara.
O Banco Central tem tentado conter a alta com intervenções no câmbio, mas as medidas nem sempre são suficientes para segurar o avanço da moeda norte-americana.