Veterinárias listam hábitos que prejudicam a relação entre cão e tutor
Assim como os seres humanos, os cães também podem se sentir magoados ou desestimulados em manterem uma relação positiva com as pessoas. Algumas atitudes são capazes de enfraquecer, a longo prazo, o laço formado entre pets e tutores. De acordo com a médica veterinária Vivian Quito, os cachorros não têm ressentimentos, porém, podem desenvolver medo dos donos, ou se afastar emocionalmente deles.
Com as exigências de uma rotina corrida, é comum que os cuidadores de animais domésticos tenham reações ou comportamentos automatizados em relação aos pets.
Esquecer de dar aquilo que o cachorro precisa nos horários que eles estão acostumados a receber pode causar insegurança dos pets em relação ao ambiente. “O cão precisa de horário fixo para comer, para passear, para brincar, para dormir e até para receber carinho”, reforça Quito.
Isso ocorre porque os cachorros carecem da rotina para se sentirem seguros, confiantes e equilibrados com relação ao ambiente e aos tutores.
Não respeitar o espaço dos cães também podem ter resultados negativos na relação tutor e pet. Obrigá-los a receber carinho ou abraços em momentos que eles não querem é uma forma de ultrapassar os limites do animal de estimação.
Segundo Quito, quando eles não estão apreciando alguma interação, eles darão sinais, “como virar o rosto, baixar as orelhas e, às vezes, até rosnar e precisamos respeitar isso para que ele não comece a se afastar emocionalmente”, exemplifica.
Quando o cão faz bagunça em casa, é comum que os tutores tenham uma reação impulsiva, repreendendo-os. Entretanto, de acordo com a médica veterinária Gabriela Delfino, diretora Técnica da Lobbo Hotels, gritar, fazer movimentos bruscos ou mesmo dar broncas exageradas deixam os pets com medo do dono (e inseguros).
Quito esclarece que a natureza dos cães é baseada em cooperação e amizade. Por isso, as interações com devem ser baseadas em comportamentos afiliativos, com demonstração de afeto, amor e amizade para tornar o que eles vêem como sua “matilha”, um local emocionalmente saudável.
O ideal seria trocar as repreensões por reforços positivos. Delfino indica dar petiscos, carinhos e elogios quando o cão se comporta bem. “Se ele faz algo errado, tente redirecionar para algo que ele pode fazer – tipo um brinquedo – e use comandos calmos”, sugere. Ensiná-los com paciência e sem elevar a voz pode ajudar o cão a entender o que o tutor espera, e evita deixá-los com medo.