Vídeo: Sofia Vergara diz que foi roubada após derrota no Emmy
Sofia Vergara concorreu ao Emmy de Melhor Atriz, por atuação em Griselda, da Netflix, mas foi derrotada por Jodie Foster, em True Detective: Night Country, da HBO. Nos bastidores, a estrela se mostrou irritada. Essa foi a quinta vez que ela concorreu, mas não saiu com o troféu.
“Me roubaram, me roubaram o Emmy outra vez, pela quinta vez”, reclamou a artista, em um momento em que parece estar conversando com outra pessoa nos bastidores do evento.
Agora em Griselda, Sofia Vergara conquistou a sua quinta indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Antes, ela já havia concorrido por seu trabalho em Modern Family.
Sofía Vergara vive a traficante Griselda: “Complexa e extraordinária”
Sofía Vergara é a protagonista e produtora executiva da série Griselda, que estreia na Netflix em 25 de janeiro. A produção foi bastante aguardada no streaming por abordar a vida de Griselda Blanco, uma traficante implacável e violenta.
Em entrevista cedida ao Metrópoles, a estrela do projeto detalhou a importância de trabalhar com cuidado a representação de uma pessoa real e latina, além das complexidades de abordar a narcotraficante no streaming.
“A maioria das pessoas conhece Griselda como a traficante implacável e violenta que foi. Por isso, tivemos muito cuidado para não a glorificar na série. No entanto, também queríamos mergulhar em camadas mais profundas da história dela para entender como uma colombiana pobre e sem instrução desafiou todas as estatísticas e conseguiu fundar um império multibilionário em uma área dominada pelos homens, em um país estrangeiro, elaborando e adotando táticas que eram, ao mesmo tempo, cruéis e geniais”, conta Sofía Vergara.
“Griselda Blanco é uma personagem muito complexa. Ela não é uma heroína e fez muitas coisas terríveis. Mesmo assim, ela também foi muito interessante. Eram diversas nuances a explorar sobre sua essência, como a líder de um cartel e uma mulher de negócios destemida em Miami na década de 1970, e, claro, como mulher e mãe. Não era uma combinação tão comum.”
Sofía Vergara
A atriz deixa claro que Griselda não deve ser idolatrada nem tratada como uma heroína, apesar da representação mundial na série. “O que eu amei neste projeto foi a possibilidade de explorar a origem de Griselda e retratar como ela se transformou em um monstro.”
Uma década de trabalho para Sofia Vergara
A estrela colombiana revelou ter ficado quase 10 anos desenvolvendo a série por se tratar de uma personagem com um legado único. Ela acredita que a produção ajudará a disseminar a história de Griselda.
“Penso que a série ajudará o público a ter uma visão mais ampla de quem foi essa mulher e de como era o mundo dela. Griselda foi uma força da natureza extraordinária. Ela teve uma vida trágica, terrível, com péssimas consequências. A vida das vítimas que ela fez mudará para sempre. No entanto, entender como uma mulher entrou para esse mundo e chegou ao topo dele é uma história que pouca gente conhece”, acredita a artista.
Parte da equipe que ajudou Vergara a construir a novidade da Netflix nos seis episódios que serão disponibilizados também esteve em Narcos e a ajudou a humanizar traficantes em cena. “Eles entendem de verdade esse mundo e sua história, e o público responde e confia na visão deles”, conta Vergara.
Confira a entrevista completa de Sofía Vergara sobre a série Griselda, da Netflix:
Como foi a cronologia da série ao retratar a vida excepcional de Griselda?
VERGARA: A história começa em sua fuga da Colômbia para Miami com os três filhos e um quilo de cocaína de alta qualidade. A partir daí, ela inicia sua ascensão firme e implacável para se tornar um dos nomes mais temidos e violentos do tráfico da época. A série consegue retratar todos os altos e baixos de sua história, culminando em sua queda espetacular após atingir o ápice do sucesso como a líder do cartel.
O que faz de Griselda uma personagem marcante?
VERGARA: Esses personagens da vida real precisam sempre ser marcantes e, de certa maneira, enigmáticos. Quem conhece a história de outros traficantes sabe que eles sempre começam com a desculpa de que estão ajudando a fortalecer suas comunidades e, por isso, usam a mão de obra de muita gente necessitada. Na época de Griselda, a ideia de uma mulher comandar um cartel era uma verdadeira loucura, simplesmente pelo grau de crueldade e violência que essa pessoa precisaria exercer. Ninguém poderia imaginar que ela fosse capaz de fazer tantas coisas terríveis. Seu misto de feminilidade com as piores partes da masculinidade chamam a atenção de qualquer um. É mais ou menos como um acidente grave na estrada: todo mundo quer olhar.
A transformação visual foi essencial para esse papel. O que foi essencial para você mergulhar por inteiro no mundo de Griselda?
VERGARA: Contei com uma equipe incrível que cuidou do meu cabelo e da maquiagem para criar esta personagem que vivia em Miami entre as décadas de 1970 e 1980. Precisava desaparecer, então, acertar no visual era muito importante para mim. Não queria que ninguém se lembrasse de mim nem do meu último papel como Gloria Pritchett. Queria entrar na cabeça de Griselda e entender de verdade como ela pensava, o que ela sentia.
Como foi trabalhar com seu conterrâneo Andrés Baiz? Como a visão dele para a série agregou ao produto final?
VERGARA: Eu me apaixonei pelo Andi e sei que tê-lo como o diretor dos seis episódios foi a melhor decisão que poderíamos ter tomado. Ele conhece esse mundo e quem faz parte dele, mas não só porque é colombiano. Luis e eu sabíamos que queríamos autenticidade no projeto. Não queríamos que a história soasse falsa, e o Andi se comprometeu a deixá-la realista e detalhada.
Fale um pouco sobre a importância da direção de arte em uma série de época como Griselda. Como isso intensifica a experiência para você e para o público?
VERGARA: A direção de arte da série tinha uma importância enorme para nós. Nessa época, a vida do tráfico em Miami era diferente em termos de cotidiano e figurino. As locações e os visuais também são como personagens. Tudo foi tratado com o máximo de respeito e veracidade.
O que você pode nos falar sobre a produção da série? Como foi gravar Griselda?
VERGARA: Ah, não foi fácil. A história abrange um período longo, com muitas locações e cenas de ação. Além disso, essa história não tem tantos momentos felizes. Cada episódio é como se fosse um minifilme. Gravamos seis episódios, e dedicar um mês para cada episódio é uma loucura.
A equipe criativa e o elenco são da comunidade latina. Isso fez diferença ao contar essa história na tela?
VERGARA: Preciso dizer que, para mim, essa foi a parte mais importante de fazer “Griselda”. Esse projeto me colocou em uma posição privilegiada para mostrar talentos latinos em cena e por trás das câmeras. Honrar isso e as realidades do mundo foi super importante para mim e me deixou muito feliz, pois acho que consegui alcançar esse objetivo.
Você considera que “Griselda” glamouriza a brutalidade pela qual Griselda Blanco é conhecida?
VERGARA: A série aborda os pontos extremos terríveis a que essa pessoa em particular chegou para sustentar a família. Até mesmo para a sociedade como um todo, fomos francos sobre o impacto que ela e seus atos tenebrosos tiveram, pois omiti-los seria um desserviço à história das vítimas.
Além de conhecer momentos marcantes da vida de Griselda, o público também verá a narrativa complexa dos relacionamentos, em especial, os relacionamentos com a família e com os homens que passaram em sua vida. Como esse olhar equilibra a série?
VERGARA: Griselda foi uma pessoa que existiu, portanto, ela teve muitas nuances. Ela se apaixonou e foi uma protetora feroz dos filhos. Além disso, tinha um ímpeto de provar seu valor para quem quer que a subestimasse. Jamais seria uma vilã rasa. Essa é a história disponível na internet. Se quisermos que as pessoas tenham uma experiência real ao assistir à série, é preciso compreender e ver todos os detalhes da nossa história.
Após assistir à série, que mensagem você gostaria que o público absorvesse?
VERGARA: Quero que o público entenda como o poder tem facilidade para corromper as pessoas. Além do sexo, da política, das normas de gênero. Cada elemento que contribui para a singularidade dessa história mostra que, na realidade, este é o retrato de uma mulher que estava com tanta sede de poder que passou por cima de qualquer obstáculo. Ela confrontou muitos homens poderosos e ameaçadores, mas nada disso importa, pois acabou se tornando um deles.