Virginia: entenda os riscos de dar colágeno em pó para crianças
No último sábado (30), a influenciadora Virginia Fonseca gerou polêmica ao dar suplemento alimentar de colágeno para as filhas, Maria Flor e Maria Alice, de 2 e 3 anos de idade respectivamente. Ela usou as redes sociais para mostrar a situação aos seguidores.
A publicação chamou atenção porque a suplementação de colágeno é contraindicada para crianças. Inclusive, a própria marca da influenciadora, WPink, contraindica o consumo do produto por menores de 19 anos (veja a imagem abaixo). Em outubro deste ano, a influenciadora já havia gerado polêmica ao contar que oferece colágeno em pó para as filhar tomarem.
Segundo Tania Mara Perini, especialista em nutrologia pediátrica e docente dos cursos de pós-graduação da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), o colágeno é um nutracêutico que atua como adjuvante na prevenção e tratamento de doenças crônicas, especialmente a osteoartrose.
“Tais doenças são comuns no envelhecimento. Na infância, só devem ser utilizados com prescrição médica ou de nutricionista, de acordo com a avaliação rigorosa da saúde infantil e em casos de exceção, como em pacientes que não ingerem adequadamente proteínas na alimentação e possuem, além disso, alergia alimentar às proteínas do soro do leite”, afirma à CNN.
De acordo com a nutróloga, todas as pessoas, principalmente as crianças, têm um limite de ingestão segura de proteína, devido à tolerância renal. Isto é, o consumo em excesso de proteínas pode sobrecarregar os rins, levando à problemas renais.
“Como se trata de uma proteína, qualquer ingesta acima da capacidade de tolerância renal pode ser maléfica e necessita de ser calculada”, reitera Perini.
Esse cálculo é feito multiplicando 0,8 a 1,2 gramas por quilo de peso corporal no caso dos adultos. Já para crianças, esse valor é de, no máximo, 1 grama por quilo de peso corporal.
Para que serve colágeno e quando é indicado?
O colágeno é uma proteína essencial para a estrutura dos tecidos do corpo, como pele, tendões, ligamentos, ossos e articulações. Além de proporcionar firmeza e elasticidade à pele, ele contribui para a saúde das articulações, ajudando a prevenir dores e condições como a osteoporose.
Contudo, sua produção natural diminui com o envelhecimento, levando a sinais como rugas, flacidez e desconforto articular. Por isso, sua suplementação pode ser indicada a partir dos 30 anos.
Além disso, é possível obter colágeno através da alimentação, apostando em frutas ricas em vitamina C, legumes fontes de vitamina A, gorduras saudáveis (azeite de oliva, amêndoas e avelãs, por exemplo), caldo de ossos e gelatina, carnes e derivados, leguminosas e grãos.
*Com informações de Priscila Carvalho
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